Encontro de cabelos africanos em Lisboa

“A ideia do encontro surgiu durante uma conversa num grupo da aplicação WhatsApp, chamado Força no Black. A Raíssa Muniz, uma menina do Brasil e dona da página do grupo, tem realizado encontros desses em várias cidades brasileiras.

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Os cabelos africanos estão cada mais falados atualmente; a tendência de assumir o cabelo natural está de volta e parece que veio para ficar. Face a isto, a jovem estudante são-tomense, Núria Ceita, decidiu promover um encontro para mulheres africanas que assumiram ou desejam assumir o cabelo natural crespo, em Portugal, o país para onde Núria emigrou desde 2008, para continuar os seus estudos.

“A ideia do encontro surgiu durante uma conversa num grupo da aplicação WhatsApp, chamado Força no Black. A Raíssa Muniz, uma menina do Brasil e dona da página do grupo, tem realizado encontros desses em várias cidades brasileiras representados por meninas das respetivas cidades. Como a única de Portugal no grupo, ela perguntou-me se não estava interessada em organizar um encontro cá, o que aceitei”, explicou Núria à redação da RSTP.

Esta diz ainda que “o objetivo é mostrar às meninas que decidiram assumir o cabelo afro que elas não estão sozinhas. A ideia é encontrarmo-nos num lugar bonito onde possamos trocar experiências ao mesmo tempo que nos divertimos. As atividades previstas para esse primeiro encontro serão um piquenique, workshops com dicas de maquilhagem, tutorial de turbantes, entre outras.”

O encontro decorrerá então no próximo dia 6 de Junho, em Belém, na cidade de Lisboa. A estudante conta que existem já meninas de outras cidades de Portugal ansiosas por atividades como essa em várias outras cidades portuguesas.

Contactada pela redação da RSTP, Raíssa Mouniz, criadora do grupo Força do Black, no Brasil, conta um pouco sobre a história do projeto: “O Força No Black nasceu depois que fiz o meu “Big Chop”, isto é: quando se corta toda a parte de química do cabelo e se deixa apenas a parte natural crescer. Criei esta comunidade logo após o corte e o público cresceu bem rápido. Aí se criou uma família, e fui incentivando as meninas que passaram pelo mesmo que eu.”

“Hoje somos o total de 20 mil pessoas, homens e mulheres de todas as idades e etnias, espalhados por diversas partes, incentivamos outras pessoas a assumirem o cabelo natural e aprender a gostar de si mesmo, sem preconceitos e sem ditaduras. O Força No Black tem 2 anos e resolvemos realizar esses encontros por vários lugares”, acrescentou Raíssa.

Núria, que estuda atualmente na Escola Naval da Marinha Portuguesa, afirmou igualmente ter vontade de realizar, a longo prazo, outras atividades como venda de produtos, palestras, campanhas de sensibilização, e sorteios.

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