Estudante são-tomense denuncia Racismo e Violência Policial em Marrocos

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Estudante são-tomense denuncia Racismo e Violência Policial em Marrocos. “A situação se repete e já lá vão cinco estudantes [são-tomenses] de Tanger” afirma Márcio revelando que “eu pessoalmente já fui pego e agredido pela Polícia de Marrocos”.

Márcio de Jesus, é o jovem estudante são-tomense que nesta terça-feira, 06 de Agosto, deu a cara num vídeo divulgado nas redes sociais para denunciar  uma alegada violência policial e racismo por parte dos policias marroquinos contra os estudantes são-tomenses naquele país concretamente em Tânger.

Márcio de Jesus diz que está cansado porque  “a  situação se repete”. No vídeo que se tornou viral no Facebook o jovem estudante afirma que “os nossos direitos estão a ser violados mais do que uma vez”.  Márcio conta que apesar de andarem com todos os documentos “a polícia nos pega mete no carro, nos algema e vão jogar até onde eles quiserem (nos levam até deserto) e ninguém faz nada”.

 “A situação se repete e já lá vão cinco estudantes [são-tomenses] de Tanger” afirma Márcio revelando que “eu pessoalmente já fui pego e agredido pela Polícia de Marrocos”.

“Nossa situação aqui em Marrocos é grave. Há muito racismo aqui nesse país” denuncia o jovem são-tomense estudante de Mestrado em Auditória Controlo e Gestão esperando que o grito de socorro chegue as autoridades nacionais porque “ nós estamos a sofrer” referiu.

Segundo Márcio de Jesus em Tânger “nós já somos  30 [estudantes ] que estamos aqui e estamos a passar mal. Não temos embaixada não temos nada. Connosco eles [os policias] fazem o que querem”.

A RSTP contactou outras fontes em Marrocos que preferiram não ser identificados. Uma delas explicou que “a a situação é frequente particularmente nesta zona de Tânger pelo facto de ser uma zona de Fronteira para Europa através de Espanha”. Segundo a fonte “nestas áreas existem também muitos imigrantes ilegais e quando a polícia faz as buscas eles prendem todo mundo . Mesmo quem está legalizado é algemado e levado”.

“Isso acontece com todo os da África subsaariana independente da nacionalidade. Desde que é preto eles param na rua e pedem documento e  se não tiveres ou se estiver caducado mesmo se for estudante eles carregam e levam para zonas bem distantes”, conta uma outra fonte.

Em relação ao pedido de Márcio apelando a intervenção das autoridades de São Tomé e Príncipe uma  outra fonte contactada pela RSTP disse que “a diplomacia são-tomense não tem força para alterar esta situação. Mesmo que o Estado são-tomense contacte as autoridades Marroquinas dificilmente as mudanças chegarão à Tânger que é onde ocorre esta situação com frequência” por isso “temo que ao “viralizar” este caso nas redes sociais com nome de estudantes são-tomenses possamos vir a sofrer alguns bloqueios”.

O vídeo de “socorro” de Márcio de Jesus em menos de 24 horas já contava com cerca de mil partilhas no facebook, sobretudo por parte dos são-tomenses que se mostram solidários com os estudantes em Marrocos, sendo que alguns têm exigido um posicionamento oficial do Governo de São Tomé e Príncipe sobre este caso.

Entretanto a RSTP sabe que as autoridades são-tomenses, nomeadamente a Ministra dos Negócios Estrangeiros  e a Ministra da Educação já contactaram representantes da Associação dos Estudantes são-tomenses em Marrocos bem como as autoridades Marroquinas.

Quanto ao jovem que havia sido levado pela polícia,  num outro vídeo publicado na manhã desta quarta-feira, Márcio de Jesus tranquilizou os internautas garantindo que o Jovem que o mesmo está bem e  já se encontrava  de caminho à casa.

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