Covid-19: “Houve falhas graves” em STP: Médicos Especialistas quebram o silêncio.

“Há que reconhecer que houve falhas graves, nomeadamente a falta de uma adequada estratégia de comunicação, falta de rigor técnico, de organização, coordenação e seguimento, algumas delas em aspetos estruturais e operacionais de resposta à pandemia”, referem os Ex-ministros da Saúde, Carlos Tiny e Fernando Silveira, numa carta endereçada ao Presidente da República e outros Órgãos de soberania.

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Rádio Somos Todos Primos


Carlos Tiny, médico especialista em Saúde Pública e Fernando Silveira, médico especialista em epidemiologia ambos ex-Ministros da Saúde de São Tomé e Príncipe decidiram esta quinta-feira, 11 de junho, quebrar o silêncio sobre a a gestão e combate da pandemia da Covid-19 e São Tomé e Príncipe.

Os dois médicos que no passado mês de março se disponibilizaram para ajudar o País com as suas experiências a fazer face a Pandemia, numa carta agora enviada ao Presidente da República, Presidente da Assembleia, Primeiro-Ministro, e outros órgãos do Estado, referem que “ouviu-nos quem quis e ignorou-nos quem assim o entendeu”.

Na carta os médicos afirmam que participaram em mais de 20 reuniões com os dirigentes nacionais tendo aconselhado os decisores políticos de São Tomé e Príncipe. “Falamos, aconselhamos, não uma, mas várias vezes, ao Ministro da Saúde [Edgar Neves], ao Primeiro-ministro [Jorge Bom Jesus], ao Presidente da República [Evaristo Carvalho], e outros responsáveis ao nível intermédio.”

Os especialistas santomenses que já estiveram em missão de serviço internacional ao serviço da OMS e outras organizações, começam por realçar que “há sem qualquer dúvida aspectos positivos na resposta nacional à pandemia da Covid-19”, tendo destacado “o envolvimento dos profissionais da saúde, das forças armadas e segurança, dos bombeiros e a instalação e funcionamento do hospital de campanha”.

Carlos Tiny e Fernando Silveira também apontam “falhas graves” na gestão da pandemia em São Tomé e Príncipe, nomeadamente “a falta de uma adequada estratégia de comunicação, falta de rigor técnico, de organização, de coordenação e seguimento” e citam como exemplo “o facto de, até hoje, passados quase 90 dias, num momento em que se equaciona o fim do estado de emergência, o país ainda não dispõe de capacidade de diagnóstico laboratorial RT-PCR”.

Disponibilizamos o conteúdo integral da carta.

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