Estudantes em Bragança sentem-se abandonados pelo Estado são-tomense

“Sentimos abandonados pelo nosso Estado. A embaixada é a porta mais próxima que nós temos com nosso país e essa porta praticamente esta fechada …até agora o embaixador nunca veio à Bragança visitar os alunos, isto é uma situação muito triste “, revelou o Presidente da AEAB.

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Durante o programa ‘Reino das Conversas’ na RSTP, o presidente da AEAB, Wanderley Antunes revelou que “atualmente temos muitos estudantes com dificuldades financeiras enormes, estudantes que não têm nenhum tipo de bolsas…muitos estudantes estão a sua sorte cá em Bragança, …e nós [a AEAB], dentro do possível, ajudamos estes alunos que passam por dificuldades enormes”. Há cerca de 500 estudantes são-tomenses que prosseguem os seus estudos no Instituto Politécnico de Bragança, IPB.  

O jovem são-tomense, Presidente da Associação dos Estudantes Africanos em Bragança, AEAB, diz que “a Embaixada ou mesmo o Estado, a Direção de Ensino de São Tomé não fazem um acompanhamento dos seus estudantes que estão pelo mundo fora , isso é muito triste…só pedimos um acompanhamento mais direto aos estudantes que estão cá”.

O líder estudantil conta que “no inicio da pandemia fizemos pedido de apoio” à Embaixada de São Tomé e Príncipe em Portugal, mas “a Embaixada de STP não respondeu aos nossos pedidos”. Wanderley Antunes considera que “é uma situação de lamentar, uma vez que existe uma comunidade enorme” de estudantes são-tomenses em Bragança.  Alimentação e alojamento constam dentre as principais necessidades destes estudantes.

Wanderley Antunes conta que a AEAB tem feito o que pode para ajudar os estudantes que estão em Bragança, mas quase nenhuma das representações diplomáticas dos países africanos em Portugal apoiam a sua organização neste trabalho. “Actualmente a única embaixada que apoia a sua comunidade, os seus estudantes diretamente com a AEAB é a Embaixada de Cabo Verde, que tem uma ligação e preocupação forte com a sua comunidade”, conta.

Wanderley Antunes realçou que “é importante que as nossas embaixadas estejam mais atentas com aquilo que se passa com os nossos alunos cá em Portugal. Isto é um dever, é uma responsabilidade essencialmente do nosso estado para connosco. Ou seja, o Estado são-tomense mandou alunos para vir cá estudar e não faz nenhum tipo de acompanhamento destes mesmos alunos aqui“.

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