Governo nomeia Manuel Barros como novo diretor da Rádio Nacional

Manuel Barros, de 62 anos, é jornalista da Televisão São-tomense e já exerceu por diversas vezes cargos de direção de órgãos de comunicação social do Estado.

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O Governo são-tomense nomeou o jornalista Manuel Barros como novo diretor da Rádio Nacional, após exoneração do antigo diretor da instituição acusado de assédio e tentativa de abuso sexual de antigas estagiárias e funcionárias, segundo despachos governamentais.

“É nomeado o senhor Manuel de Barros Vaz Bandeira para, em comissão de serviço, exercer as funções de diretor da Rádio Nacional de São Tomé e Príncipe”, lê-se no despacho do secretário do Estado da Comunicação Social, datado de 26 de janeiro, com efeitos imediatos.

Manuel Barros, de 62 anos, é jornalista da Televisão São-tomense e já exerceu por diversas vezes cargos de direção de órgãos de comunicação social do Estado.

Foi diretor do extinto Jornal de Notícias (atual Agência de Notícias de São Tomé e Príncipe, STP-Press), diretor da Rádio Nacional (1997 a 2000) e exerceu ainda dois mandatos, no total de seis anos, enquanto diretor da Televisão São-tomense (TVS).

Além disso, Manuel Barros foi correspondente de vários órgãos de imprensa internacional, particularmente de Portugal, onde foi durante mais de 13 anos correspondente da agência Lusa, e trabalhou com os jornais Público, Expresso e O Semanário.

Foi também correspondente da BBC de Londres, da Agência France-Presse (AFP), da Rádio France Internacional (RFI) e é atualmente correspondente do jornal Mercados Africanos.

O novo diretor da Rádio Nacional de São Tomé e Príncipe foi também membro fundador do sindicato dos jornalistas são-tomenses, do Conselho Superior de Imprensa e integra atualmente a comissão de atribuição da carteira profissional de jornalistas são-tomenses.

No dia 25 de janeiro, o secretário de Estado da Comunicação Social, Adelino Lucas, produziu dois outros despachos em que deu por finda a missão de serviço da comissão diretiva, chefiada pelo jornalista Maximino Carlos, que desde 12 de outubro do ano passado assegurou a gestão da Rádio Nacional, após a suspensão do antigo diretor Silvério Amorim sob a acusação de assédio e tentativa de abuso sexual contra antigas estagiárias e funcionárias da instituição.

No outro despacho, é referido que “é o senhor Silvério Alves de Amorim dos Santos Lima exonerado das funções de diretor da Rádio Nacional de São Tomé e Príncipe” cessando as funções que exercia desde 5 de dezembro de 2018.

O secretário de Estado da Comunicação Social justifica a decisão com base no relatório da Inspeção Geral da Administração Pública sobre o inquérito que mandou instaurar “face a toda situação gerada à volta das denúncias” de assédio e tentativa de abuso sexual de antigas estagiárias e funcionárias da Rádio Nacional contra o antigo diretor.

Sem apresentar os resultados do inquérito, Adelino Lucas exonerou Silvério Amorim indicando apenas que já não há “condições de garantia de continuidade das suas funções de diretor da Rádio Nacional de São Tomé e Príncipe”.

É a primeira vez que um alto dirigente da administração pública são-tomense é demitido por suspeitas de assédio ou tentativa de abuso sexual, apesar de várias denúncias que são feitas contra os responsáveis de vários setores.

No âmbito deste processo, uma das denunciantes apresentou queixa-crime contra o acusado no Ministério Público de São Tomé e Príncipe em outubro do ano passado, mas disse hoje à RSTP que desde então nunca foi notificada sobre a evolução do processo.

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