ADI e Vila Nova preocupados com atraso no início do processo eleitoral 2022

“É um processo complexo e tem que ser feito no seu tempo, respeitando as regras para que não se cometa atrocidades”, defendeu o vice-presidente da ADI, Orlando da Mata, após encontro com o Presidente da República.

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Orlando da Mata - ADI

A Ação Democrática Independente (ADI), na oposição são-tomense, pediu hoje ao Presidente da República “que reponha a legalidade” na nomeação de novos membros da Comissão Eleitoral Nacional para dar início ao processo das eleições legislativas, autárquicas e regionais deste ano.

“A nova equipa da Comissão Eleitoral devia ter sido eleita em dezembro de 2021 e até a data nós não entendemos porque é que não o fizeram e por isso nós viemos pedir ao senhor Presidente da República que exerça a sua magistratura de influência para que se reponha a legalidade”, afirmou hoje o vice-presidente da ADI, Orlando da Mata, a saída do encontro com o chefe de Estado, Carlos Vila Nova.

Orlando da Mata realçou que as eleições deste ano serão diferentes das anteriores, uma vez que, pela primeira vez, os são-tomenses na diáspora deverão eleger e serem eleitos como deputados.

“É um processo complexo e tem que ser feito no seu tempo, respeitando as regras para que não se cometa atrocidades”, defendeu o vice-presidente da ADI.

Orlando da Mata referiu que o seu partido tentou obter explicações junto na Assembleia Nacional, enquanto órgão que elege os membros da Comissão Eleitoral Nacional, mas não obteve respostas por isso recorreram ao chefe de Estado.

“Daquilo que nos era possível fazer enquanto partido político já o tentamos fazer por isso é que recorremos ao senhor Presidente da República, como o mais alto [órgão] da magistratura, para que pudesse ver com a Assembleia e com o Governo o que falta para que [o processo eleitoral] se torne realidade, para que não pormos em causa um direito que todo o cidadão tem de renovar a sua escolha política”, explicou, Orlando da Mata.

Além disso, Orlando da Mata disse que a ADI está preocupada com a atual situação do país, considerando que “as reclamações têm vindo de todos os lados”, referindo-se à situação da saúde, o custo de vida, os prejuízos causados pelas fortes chuvas que assolaram o país em finais de dezembro do ano passado e o pedido de demissão do ministro da saúde e a promessa de remodelação do Governo feita pelo primeiro-ministro, Jorge Bom Jesus em setembro do ano passado.

“Todos sabemos que muitos ministros não têm mostrado a competência que o país precisa. Nós somos são-tomenses, sabemos as dificuldades que tem havido”, afirmou Orlando da Mata, realçando que a remodelação foi uma promessa do primeiro-ministro que “falou aos são-tomense que havia necessidade da remodelação e uma nova dinâmica”, mas até hoje não apresentou as justificações para a não concretização da promessa.

“São preocupações que o Presidente da República já tinha”, assegurou Orlando da Mata.

A ADI foi o partido mais votado das eleições legislativas de 2018, tendo elegido 25 deputados, mas não conseguiu uma maioria parlamentar para formar o Governo.

O partido da oposição apoiou a eleição do atual Presidente da República, Carlos Vila Nova que derrotou o candidato apoiado pelos partidos da ‘nova maioria’ no Governo.

Para as eleições presidenciais realizadas no ano passado estavam inscritos 123.302 eleitores, sendo 108.609 em São Tomé e Príncipe e 14.693 nos 10 países da diáspora onde foi realizado recenseamento eleitoral de raiz.

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