UDD rompe união com o MDFM/PL do antigo PR Fradique de Menezes

“Desde o último Conselho Nacional que tivemos aqui ainda em união, em que esteve também o [ex-] Presidente Fradique de Menezes que as coisas não correram bem”, explicou o porta-voz da UDD, Carlos Neves.

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A União para Democracia e Desenvolvimento (UDD) rompeu no sábado a união política com o partido MDFM/PL fundado pelo antigo Presidente da República, Fradique Menezes, mas garantiu a coligação com o PCD que suporta o Governo. 

A decisão foi tomada pelo Conselho Nacional da UDD e anunciada pelo porta-voz do partido, Carlos Neves, que até então era o presidente da União MDFM/UDD.

“Achamos que os casamentos são bons, quando são transparentes, quando são positivos para as duas partes e neste momento, no nosso entendimento, esse casamento já não tem pernas para andar, por isso pomos fim a este casamento com o MDFM”, disse Carlos Neves que presidiu à comissão ‘ad hoc’ que organizou o Conselho Nacional no silêncio e ausência do presidente da UDD, Manuel Diogo.

Carlos Neves assegurou que “o Conselho Nacional tem competência para isso”, assegurou que a cisão tem efeito imediato e que a UDD passa a estar disponível “a todo o tipo de discussões com outros partidos”.

“O afastamento da União [com o MDFM) é imediato, é uma união política, nós não estamos juridicamente unidos”, explicou.

Segundo Carlos Neves, a crise entre os dois partidos agudizou-se desde dezembro do ano passado, após um Conselho Nacional que contou com a presença do fundador do MDFM/PL e presidente honorário da União MDFM-UDD, Fradique Menezes.

“Desde o último Conselho Nacional que tivemos aqui ainda em união, em que esteve também o [ex-] Presidente Fradique de Menezes que as coisas não correram bem e que ficou na cabeça dos militantes [da UDD] de que não havia condições para continuarmos”, precisou.

Na atura, Fradique Menezes considerou que a união com a UDD “não trouxe absolutamente nada para o MDFM” e admitiu que esta união está ainda no Governo para garantir cargos aos dirigentes.

O ex-Presidente fez várias críticas aos dirigentes e militantes da UDD, referindo que estes não participavam nas reuniões promovidas pela União MDFM-UDD com as comunidades e defendeu a adoção de iniciativas para “assegurar uma maior esperança de reorganizar estes dois partidos”.

Após o Conselho Nacional da UDD, Carlos Neves disse que “falhou muita coisa”, e que a falta de unidade entre os militantes dos dois partidos deveu-se também ao pouco trabalho do MDFM.

“Houve pouco trabalho da parte dos dirigentes dos dois partidos que nunca se empenharam em fazer o entrosamento dos núcleos de base […] as infra-estruturas nunca foram consolidadas, de tal modo que hoje sentimos que aquele sentimento de unidade não foi consolidado e que é mais vantajoso cada um dos partidos trabalhar em separado, organizar-se e veremos no futuro como é que as coisas serão”, referiu.

A União MDFM-UDD em coligação com o PCD detém 5 deputados no parlamento, integrando a chamada ‘nova maioria’ (juntamente com MLSTP-PSD), num total de 28 deputados que suportam o Governo de Jorge Bom Jesus.

 “Vamos manter esse acordo de coligação que suporta o atual Governo até ao final de legislatura”, garantiu Carlos Neves.

São Tomé e Príncipe deverá realizar eleições legislativas, autárquicas e regionais em outubro.

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