Patrice Trovoada reeleito líder da ADI e diz-se pronto para voltar ser PM de São Tomé e Príncipe

“Se me couber a responsabilidade de dirigir o próximo Governo, reduziremos de mais de metade, no tempo de uma legislatura, o cancro do roubo e da corrupção”, prometeu o presidente da ADI.

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Patrice Trovoada

Patrice Trovoada foi reeleito hoje líder da Ação Democrática Independente (ADI), com 99,8% dos votos, e disse estar pronto para voltar a ser primeiro-ministro em caso de “vitória eleitoral incontestável” da ADI, por maioria absoluta parlamentar.

“Estou pronto há muito tempo. A nossa equipa toda, o ADI todo, militantes e simpatizantes, todos, devem estar igualmente prontos hoje, ao sair deste Congresso, para vencermos [as eleições] no dia 25 de setembro. Está na hora”, declarou Patrice Trovoada numa mensagem de vídeo enviada aos delegados do congresso do partido, que decorreu hoje no Palácio dos Congressos.

Dos 900 delegados inscritos ao congresso, a comissão eleitoral da ADI registou 704 votantes, dos quais 703 votaram a favor da candidatura liderada por Patrice Trovoada e um voto foi considerado nulo.

Na sua mensagem, Patrice Trovoada considerou que “o desafio que se coloca hoje ao ADI e ao país inteiro tem de ser permanentemente encarado de maneira séria e coletiva, e com o realismo e a urgência” face à “enorme degradação da situação económica, financeira e sobretudo comportamental” da sociedade são-tomense.

Propôs por isso, o “novo tipo de são-tomenses”, “com mentalidade nova, aberta ao mundo exterior, coragem e visão, paciência e muito trabalho”, associado a um novo contrato social e a uma nova agenda de transformação, agora para 2040, que apresentará aos eleitores nas eleições de setembro.

“É para isso e unicamente para a execução deste plano que eu aceitei voltar a candidatar-me para a direção do ADI e ser candidato a primeiro-ministro e chefe do Governo em caso de vitória eleitoral incontestável do ADI, por maioria absoluta parlamentar”, precisou, Patrice Trovoada.

Da sua nova agenda de transformação apontou “dez prioridades de curto prazo” que prometeu executar de forma clara nos três primeiros anos de governação.

Dentre as prioridades constam a reforma da justiça e o restabelecimento da autoridade do Estado, a defesa do “povo pequeno”, da juventude, e dos mais vulneráveis e a defesa dos que trabalham, empreendem e produzem riqueza.

Prometeu ainda colocar em primeiro lugar a defesa do investimento privado direto externo, estruturante para a competitividade da economia, a defesa do poder de compra e a segurança alimentar, a recuperação da imagem de São Tomé e Príncipe, quer a nível institucional, quer ao nível físico, e a conectividade e a abertura do país ao mundo.

Por fim, elencou o turismo, a agricultura e as pescas como fontes de rendimentos, a governação eletrónica e a digitalização de todas as relações contratuais na sociedade e a reforma do ensino e da formação profissionalizante.

“Só uma maioria absoluta do ADI irá permitir as transformações necessárias à recuperação económica e social do nosso país, garantindo a execução de um programa de racionalização da despesa pública, de investimento infraestrutural, de reforma fiscal e do investimento, de promoção do investimento e sobretudo de reforma da justiça”, precisou Patrice Trovoada.

Para isso pediu às diversas estruturas do partido, “uma proximidade com o povo, um esforço incansável, um engajamento sincero, uma entrega total, uma conduta exemplar e uma lealdade sem falhas”, considerando ser a “condição indispensável para construir um laço de confiança com os cidadãos eleitores, que há muito deixaram de acreditar nos políticos e na democracia eleitoral”.

“Se me couber a responsabilidade de dirigir o próximo Governo, reduziremos de mais de metade, no tempo de uma legislatura, o cancro do roubo e da corrupção e atacaremos todas as formas de violência doméstica, particularmente em relação às mulheres e às crianças”, prometeu.

A ADI venceu as eleições legislativas de 2018 com maioria simples de 25 dos 55 assentos parlamentares, mas não conseguiu formar Governo, dando lugar à “nova maioria” formada pelo Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe – Partido Social Democrata (MLSTP-PSD), com 23 deputados, e a coligação PCD-MDFM-UDD, com cinco deputados.

As eleições legislativas, autárquicas, e regional na ilha do Príncipe foram marcadas pelo Presidente da República, Carlos Vila Nova, para 25 de setembro.

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