ADI quer “influência” do PR para que se faça recenseamento eleitoral

O secretário-geral da ADI considerou que “o silêncio ensurdecedor e se calhar propositado” sobre o assunto “mostra que é intenção de alguns órgãos de não realizar esse recenseamento”.

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ADI- PR

A Ação Democrática Independente (ADI) pediu ao Presidente da República que utilize a sua influência junto do Governo e da Assembleia Nacional para que se faça o recenseamento eleitoral de mais de sete mil jovens que atingiram idade eleitoral.

“Nós estamos a aproximar já dos três meses antes das eleições, o recenseamento é algo importante, legal e obrigatório e nós pensamos que devia já haver condições criadas para que se realizasse esse recenseamento eleitoral”, disse o secretário-geral da ADI, Américo Ramos, após um encontro com o chefe de Estado são-tomense, na segunda-feira.

Segundo Américo Ramos, o partido da oposição também está “preocupado com o atraso que se verifica na tomada de posse na equipa da Comissão Eleitoral Nacional, e consequentemente a não realização do recenseamento eleitoral e atualização dos cadernos eleitorais”.

“Nós não podemos aceitar que mais de sete a oito mil jovens e outras pessoas também que poderão mudar de residência eleitoral, pessoas que saíram dos outros países para São Tomé, fiquem sem votar nestas próximas eleições”, alertou Américo Ramos.

O secretário-geral da ADI considerou que “o silêncio ensurdecedor e se calhar propositado” sobre o assunto “mostra que é intenção de alguns órgãos de não realizar esse recenseamento”.

“Já enviamos a carta e viemos pessoalmente falar com o Presidente da República para usar a sua influência no sentido que haja esse recenseamento eleitoral”, explicou.

O Presidente da República, Carlos Vila Nova, marcou as eleições legislativas, autárquicas e regional do Príncipe para 25 de setembro.

No mês passado, o líder parlamentar da ADI, Abnilde Oliveira, afirmou que o Governo de São Tomé e Príncipe solicitou aos parceiros “financiamento para proceder ao recenseamento eleitoral” e o “dinheiro está disponível”.

No entanto, acusou os partidos do poder de não terem feito “propositadamente” o recenseamento eleitoral no primeiro trimestre deste ano, mas defendeu que a lei permite que o processo pode ainda ser feito “quando a Comissão Eleitoral Nacional entrar em funções” para a inscrição de novos eleitores “porque é obrigatório”.

Na semana passada, o presidente do Partido de Convergência Democrática (PCD, no governo são-tomense), Danilson Cotú, referiu que “existindo condições” o PCD não terá objeção à atualização dos cadernos eleitorais antes das eleições marcadas para 25 de setembro.

Por sua vez, a juventude da União para Mudança e Progresso do Príncipe (UMPP) também se mostrou “extremamente preocupada com um atraso incompreensível” na atualização do caderno eleitoral, que considerou “pôr em causa a credibilidade de todo o processo eleitoral para o presente ano”.

“Neste sentido, a juventude da UMPP, inconformada com esta situação, vem apelar aos órgãos de soberania e em particular à Comissão Eleitoral para que tudo seja feito de modo a proceder-se à atualização do caderno eleitoral para que cada jovem são-tomense que completa os 18 anos de idade até ao próximo dia 25 de setembro tenham oportunidade de exercer um direito fundamental previsto na ‘lei mãe’ e participar na tomada de decisão determinante sobre o futuro do nosso país”, exortou Edilson Freire.

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