Jovens da ADI promovem manifestação exigindo o recenseamento eleitoral

Centenas de jovens são-tomenses manifestaram hoje na capital do país exigindo a realização do recenseamento eleitoral para cerca de oito mil eleitores no país e na diáspora, num protesto organizado pela juventude da Ação Democrática Independente (ADI).

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Manifestação-ADI

“Há jovens que completaram 18 anos que essa governação não quer dar oportunidade e o direito que lhes convém. A luta aqui é para nós mostrarmos as pessoas que estão no poder que o recenseamento é obrigatório […] um jovem que completa 18 anos ele tem perspetiva na sua mente: ele pode ser vereador, pode ser deputado, pode ocupar um cargo na função pública”, disse à Lusa um dos manifestantes, Kinder Abaju.

A manifestação de cerca de 1:30, teve início no Riboque Capital, passando pelo edifício das Nações Unidas, Praça da Independência e terminou na Praça Yon Gato em frente ao Palácio do Governo, juntando pouco mais de mil pessoas, sendo a maior jovens e militantes da ADI.

Durante o percurso os participantes erguiam cartazes e gritam palavras de protesto contra o governo e também o aumento do custo de vida no país.

“O Governo é que falhou, jovens têm que votar. Desde os anos 90 para cá todo o governo faz recenseamento eleitoral, esse Governo junto a Assembleia está a abusar do povo pequeno […] o Presidente da República marcou as eleições seis meses antes, há tempo para fazer tudo isso”, realçou, Wilson da Trindade.

A secretária-geral adjunta da ADI, Vasth Santos considerou que “não é possível tirar o direito de mais de oito mil jovens de votar”.

“Nós queremos dar aos jovens o seu direito. País é democrático, precisamos cumprir a lei […] o homem só não faz quando não quer e nós que somos a maioria neste país queremos recenseamento para exercer o nosso direito de um cidadão normal, queremos recenseamento já”, declarou Vasth Santos à Lusa.

“Recenseamento eleitoral e atualização do dos cadernos. Já!”; “O povo já não aguenta mais”; “jogamos limpo”, são de entre as várias mensagens que se erguidas pelos manifestantes, além de apresentarem vários “cartões vermelhos”.

“É um cartão vermelho para esse Governo, para a Assembleia Nacional, no nome do senhor Delfim Neves, também para o senhor presidente da comissão Eleitoral que tudo estão a fazer para impedir que os jovens votem […] tudo isso é montagem para impedir que o ADI possa atingir maioria absoluta”, os dos líderes distritais de Água Grande, Tomé Van Basten.

O ex-presidente do Conselho Nacional da Juventude de São Tomé e Príncipe, Calisto Nascimento também se juntou ao protesto exigindo a realização do recenseamento.

“Estou cá para dizer que eu apoio a atualização dos cárdenos eleitorais, é preciso e isto está na lei […] o direito não é só quando nos convém e é preciso nós fazermos as coisas para nós não excluirmos os jovens”, defendeu Calisto Nascimento.

O porta-voz da juventude da ADI, Nito Abreu que esteve na coordenação da marcha afirmou que “o balanço é excelente”, realçando que “as pessoas participaram e de alguma forma identificam com a causa”.

“De alguma forma a mensagem passou e o poder político irá ter de alguma forma uma interpretação dessa manifestação”, afirmou Nito Abreu assegurando que vão continuar com o protesto através de outros mecanismos previstos na lei.

Na terça-feira, o Presidente são-tomense, Carlos Vila Nova, voltou a insistir na necessidade da atualização do recenseamento eleitoral antes das legislativas de 25 de setembro, sob pena de se verificar “uma violação grosseira e uma grave afronta” à Constituição e “demais normas da República”.

Entretanto, a juventude do MLSTP/PSD responsabilizou “o Presidente da República, Carlos Vila Nova, que não quis que houvesse recenseamento eleitoral para os novos eleitores jovens e cabe ao Presidente todas as responsabilidades inerentes a esta situação”.

Por sua vez, o presidente da CEN, José Carlos Barreiros reafirmou, durante uma audição no parlamento, na quinta-feira que não haverá tempo para o recenseamento eleitoral mesmo alterando as leis e os prazos legais, considerando que já se registam atrasos para cumprimento de alguns atos.

No mês passado José Carlos Barreiros afirmou que “é a própria lei que determina que tendo sido marcadas as eleições com base no caderno em vigor”, as mesmas serão realizadas com base nos dados existentes.

Para as eleições presidenciais de 2021 estavam inscritos 123.301 eleitores, sendo 108.609 em São Tomé e Príncipe e 14.692 na diáspora.

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