Armindo Espírito Santo lança livro “História de São Tomé e Príncipe”

“É um livro bastante interessante na medida em que explica as razões pelas quais os navegadores portugueses chegaram as ilhas de São Tomé e Príncipe”, disse o autor do livro.

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Rádio Somos Todos Primos

O escritor são-tomense, Armindo de Ceita do Espírito Santo, lançou na sexta-feira, 07 de outubro, no auditório do Cinema Marcelo da Veiga, o livro intitulado “História de São Tomé e Príncipe”, que retrata a chegada dos navegadores portugueses às ilhas de STP, no terceiro quartel do século XV, os conflitos, as crises, as revoltas e as relações humanas e institucionais da época.

“Este livro é um dos três livros que compõe um conjunto de livros sobre histórias de São Tomé e Príncipe que pretendo trazer ao público”, afirmou Armindo de Ceita, referindo que a sua intenção foi “explicar a história de São Tomé e Príncipe desde a descoberta, até o fim do regime colonial [no país].”

“É um livro bastante interessante na medida em que explica as razões pelas quais os navegadores portugueses chegaram as ilhas de São Tomé e Príncipe […] todavia, admite-se que os portugueses cá chegaram entre 1468 e 1482/83, há essas perspetivas de análise sobre a data histórica da chegada dos portugueses as ilhas de São Tomé e Príncipe, não há uma certeza de quando é que eles chegaram”, afirmou.

O livro explica como foi que os navegadores portugueses chegaram às ilhas de São Tomé e Príncipe no terceiro quartel do século XV e transformaram-nas num contexto social para o seu desenvolvimento, mas em que as relações humanas e institucionais foram complexas e, em muitos casos, difíceis para os grupos sociais mais desfavorecidos, particularmente na ilha de São Tomé.

A obra explica ainda, os conflitos de toda a ordem que se agravaram particularmente depois da transição da sociedade de habitação para a de plantação, com a intensificação de atividades do tráfico negreiro e da produção e exportação do açúcar. E manteve-se durante o período da dominação da elite nativa desde o século XVII, marcado em torno das principais famílias que disputavam o acesso ao poder e o controlo da riqueza.

“É um trabalho que foi construído com base em muita investigação, com documentos da época, cruzamentos de obras de outros autores, procurei suprir lacunas existentes em outras obras, procurando explicar os fatos com uma visão distanciada das ideologias e das emoções”, disse o autor da obra, enfatizando que procurou afastar da “visão eurocêntrica da história e também da visão afrocêntrica da história”.

A obra intitulada “História de São Tomé e Príncipe” foi apresentada pelo escritor são-tomense, Filinto Costa Alegre que destacou a importância dos conteúdos incluídos no livro, tendo sublinhado que sentiu “estar perante uma obra que vale a pena ser lida e divulgada.”

“Eu até propus que a sociedade civil se mobilizasse em sentindo de se constituir um grupo de leitura que se ocupasse da divulgação desta obra de forma ao que os diversos níveis do ensino, ela fosse discutida pelos alunos”, precisou Filinto Costa Alegre.

“Acho que é uma obra bem estruturada onde se aborda as questões centrais da evolução de São Tomé e Príncipe, como a escravatura, os conflitos frequentes a pequenez e a insalubridade do clima”, disse Costa Alegre.  

O lançamento do referido livro enquadrou-se no âmbito das celebrações do primeiro aniversário da Livraria Nón que foi assinalado no dia 5 de outubro.

“Pensarmos a educação como o eixo fundamental da governação. Eu acho que nós automaticamente temos que perceber o hábito de leitura, o acesso ao livro, a literatura, tanto infantil, a literatura como tal, eu acho que é fundamentalíssimo para nós revitalizarmos a nossa própria democracia”, afirmou o fundador desta livraria, Euclides Neves.

O fundador da Livraria Nón, no seu discurso apelou as autoridades competentes do país, bem como a sociedade em geral para olharem para esta livraria como uma dimensão de processo de desenvolvimento educativo em STP.

Armindo Silvestre de Ceita do Espírito Santo é licenciado e mestre em economia pelo Instituto Superior de Economia e Gestão – Universidade de Lisboa, e doutorado em economia pelo Instituto Universitário de Lisboa. Tem formação em oficialato da Marinha de Guerra.

Frequentou o curso de Administração Naval (não concluído) na Escola Superior de Oficialato da Marinha de Guerra em Alfeite. Tem formação em Psicologia Aplicada. É professor coordenador da ESCAD do IPluso da Universidade Lusófona das Humanidades e Tecnologias e investigador do Centro de Estudos sobre África e desenvolvimento (CEsA) do Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade de Lisboa (ISEG-UL), bem como outras e as demais funções.

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