Patrice Trovoada empossado primeiro-ministro de São Tomé e Príncipe na próxima semana

“Já estamos há muito tempo nesta fase de transição e eu penso que a situação do país exige de facto que este vazio, que não é tão vazio assim, possa acabar o mais rapidamente possível”, disse Patrice Trovoada, à saída do encontro com o chefe de Estado de São Tomé e Príncipe, Carlos Vila Nova, na Presidência da República.

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Rádio Somos Todos Primos

O líder da Ação Democrática Independente (ADI), Patrice Trovoada, será empossado como primeiro-ministro são-tomense no dia 11 e o novo Governo toma posse três dias depois, disse hoje o próprio, após um encontro com o Presidente da República.

“O novo primeiro-ministro em princípio tomará posse no dia 11 e o Governo no dia 14 [..], é um pouco isso que está previsto e eu espero que assim irá acontecer porque já estamos há muito tempo nesta fase de transição e eu penso que a situação do país exige de facto que este vazio, que não é tão vazio assim, possa acabar o mais rapidamente possível”, disse Patrice Trovoada, à saída do encontro com o chefe de Estado de São Tomé e Príncipe, Carlos Vila Nova, na Presidência da República.

O líder da ADI, que venceu as eleições legislativas são-tomenses realizadas no passado 25 de setembro com maioria absoluta de 30 (mais cinco eleitos que na atual legislatura) dos 55 deputados, adiantou que o partido já foi “formalmente convidado” pelo Presidente da República a apresentar “a proposta do nome para primeiro-ministro”, o que irá “formalizar dentro de dias” na sequência do encontro ocorrido hoje.

Além da ADI, Vila Nova recebeu os outros dois partidos e uma coligação que também estarão representados na Assembleia Nacional na próxima legislatura, que se inicia na próxima terça-feira com a posse dos novos deputados.

O vice-presidente do Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe/Partido Social Democrata (MLSTP/PSD, atualmente no poder), Guilherme Otaviano, disse que o seu partido defende que “o partido que ganhou é que deve governar” o país.

“Nós estaremos na oposição cumprindo um dos pressupostos democráticos também para trabalhar como oposição […] porque a oposição também colabora na governação porque o que nós queremos é a melhoria de São Tomé e Príncipe”, afirmou Guilherme Otaviano.

O MLSTP/PSD, que terá um bancada parlamentar com 18 deputados (menos cinco que na legislatura anterior), prometeu “trabalhar conjuntamente com o partido vencedor, ajudar o governo em tudo quanto for necessário” visando “a melhoria e crescimento de São Tomé e Príncipe”.

O partido do primeiro-ministro cessante, Jorge Bom Jesus, defendeu que o partido ADI “deve tomar as rédeas da governação” o “mais rapidamente possível”, sublinhando que “as instituições não devem estar paradas”.

A coligação Movimento de Cidadãos Independentes/Partido Socialista (MCI/PS) (conhecido como ‘Movimento de Caué’) e o Partido de Unidade Nacional (PUN), será representada com uma bancada parlamentar de cinco deputados (mais três que na atual legislatura), e disseram ao Presidente da República que estarão “ativos para colaborar na Assembleia”, sublinhando que estão contra o prolongar do processo de posse do Governo.

“Estamos a 31 dias da proclamação dos resultados e não temos Governo. O país está parado, o país precisa de avançar e nós estamos preocupados com isso, então dissemos ao Presidente da República que na Assembleia nós vamos trabalhar”, disse Domingos Monteiro, que chefiou a delegação do MCI/PS-PUN.

Pelo movimento Basta, o coordenador, Salvador dos Ramos transmitiu ao Presidente da República que “enquanto um movimento político interessado na construção de um novo São Tomé e Príncipe”, os deputados estarão “disponíveis para colaborar, para contribuir em todas as reformas de que o país carece e também contribuir para que ao nível da Assembleia Nacional se possa erguer um São Tomé e Príncipe com que nós todos sonham”.

O movimento político, criado este ano e que acolhe a maioria dos dirigentes do Partido de Convergência Democrática (PCD) e alguns dissidentes da ADI, elegeu dois deputados, nomeadamente os atuais presidente e vice-presidente do parlamento, respetivamente Delfim Neves e Levy Nazaré, mas não formará bancada parlamentar, para a qual se exige o mínimo de cinco deputados.

“Nós somos um movimento político da oposição, naturalmente que naquilo que nós entendermos que seja do interesse nacional, nós colaboraremos com todas as instituições da República, incluindo o Governo. No entanto aquilo que não estiver de acordo, no nosso entender, com as expectativas, com os objetivos esperados pelo povo da São Tomé e Príncipe nós estaremos na primeira linha para criticarmos, sugerirmos, se for necessário, e propormos também”, afirmou Salvador dos Ramos.

O presidente da ADI mostrou-se “tranquilo” com a disponibilidade manifestada pelos futuros partidos da oposição.

“Se declararam isso quer dizer que esta noite vou dormir tranquilo, vou dormir bem, satisfeito, se é essa a intenção [de colocar] o país primeiro e vamos ver o que é que podemos fazer”, disse Patrice Trovoada.

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