Nações Unidas e o Governo são-tomense assinam novo acordo avaliado em 150 milhões de dólares

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As Nações Unidas e o Governo são-tomense assinaram, na quarta-feira, 30 de novembro, o novo acordo de cooperação no valor inédito de 150 milhões de dólares, com um plano “ambicioso, mas realista” até 2027, que pela primeira vez envolve também instituições financeiras multilaterais.

“É um plano realmente ambicioso, diferente dos anteriores e foi elaborado numa lógica de mudança de paradigma: mais ação, maior coordenação, fazer mais e mais em conjunto”, declarou o coordenador das Nações Unidas em São Tomé e Príncipe, Eric Overvest, durante a assinatura do acordo com o primeiro-ministro, Patrice Trovoada.

Com o valor de 150 milhões de dólares – o triplo do acordo anterior -, no período 2023-2027, o acordo envolve 18 agências da ONU (contra as 10 do programa de cooperação anterior) e, pela primeira vez, são cossignatários o Banco Mundial e o Banco Africano para o Desenvolvimento (BAD).

“É um reforço fundamental para a implementação deste plano ambicioso, mas realista”, declarou Overvest, avançando que, do financiamento total, 50 milhões de dólares já estão garantidos: “Os recursos financeiros deste quadro de cooperação resultam de um esforço conjunto de vários doadores e de parceiros”.

“Temos que trabalhar todos, cada um com responsabilidades diferentes, mas em conjunto, governo, organizações multilaterais, setor privado, sociedade civil, cidadãos”, assinalou.
O acordo prevê também que as Nações Unidas disponibilizem ao executivo são-tomense “sempre que necessário, conhecimento altamente especializado (…) e recursos humanos, para apoiar o Governo e sob a liderança do Governo”, para trabalharem “lado a lado com as autoridades nacionais”.

Nesta cooperação, Eric Overvest destacou o “forte compromisso com os princípios de direitos humanos, igualdade de género, empoderamento das mulheres, como também a adaptação às mudanças climáticas e o desenvolvimento de uma economia verde e azul do país no país”.

Por seu lado, o primeiro-ministro Patrice Trovoada defendeu que a assinatura do acordo “representa todo um conjunto de ações que estão perfeitamente alinhadas com o programa do Governo”, salientando que no acordo estão “representadas todas as capacidades da comunidade internacional multilateral para poder apoiar o povo são-tomense”.

O primeiro-ministro chamou a atenção para o montante total previsto, que, considerou, “deixa muita confiança de que será possível atingir os objetivos indispensáveis de combate à pobreza e às desigualdades de toda a natureza” para que seja possível “desenvolver o país de uma maneira mais robusta”.

O chefe do Governo comentou que, nesta parceria, há “dificuldades”, desde logo a discrepância das condições de trabalho dos recursos humanos e das infraestruturas.
“No edifício do PNUD [Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento] têm eletricidade 24 horas e, quando a contrapartida nacional tem eletricidade três horas, não podemos implementar nenhum programa”, exemplificou, afirmando-se convencido que será possível ultrapassar estas dificuldades, com o apoio das organizações.


“Para que possamos de uma maneira coerente trabalharmos em conjunto para que o resultado final seja aquele que nós todos almejamos”, acrescentou.

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