Elementos da PGR portuguesa em São Tomé para apoiar na acusação do assalto ao quartel

Nós acompanhamos com muito interesse, que é o interesse que temos por um país irmão e também com muito respeito por um país que temos pelas instituições de São Tomé”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal.

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Ministério Público

Elementos da Procuradoria-Geral da República portuguesa estarão “em breve” em São Tomé para apoiar o Ministério Público são-tomense na acusação de arguidos dos processos do assalto e mortes de quatro pessoas no quartel militar em 25 de novembro, disse hoje à RSTP o chefe da diplomacia portuguesa.

“Naturalmente que aquilo que aconteceu foi extremamente grave, nós acompanhamos, e não só acompanhamos como apoiamos as autoridades de São Tomé”, afirmou João Gomes Cravinho, quando interpelado pela RSTP após um encontro com o seu homólogo são-tomense, na capital são-tomense, no âmbito de uma visita a São Tomé e Príncipe.

O ministro dos Negócios Estrangeiros referiu que o apoio de Portugal tem sido prestado através do envio de elementos da Polícia Judiciária e da Procuradoria-Geral da República.

“Virão de novo em breve elementos da Procuradoria-Geral da República para apoiar o processo de identificação de exatamente aquilo que ocorreu e de identificação também de acusação do Ministério Público”, adiantou João Gomes Cravinho.

“Creio que dentro de poucas semanas haverá uma decisão a esse respeito por parte das autoridades são-tomenses, nomeadamente da Procuradoria-Geral da República de São Tomé. Nós acompanhamos com muito interesse, que é o interesse que temos por um país irmão e também com muito respeito por um país que temos pelas instituições de São Tomé”, acrescentou.

Na madrugada de 25 de novembro, quatro homens atacaram o quartel das Forças Armadas, na capital são-tomense, num assalto que as autoridades classificaram como tentativa de golpe de Estado. O oficial de dia foi feito refém e ficou ferido com gravidade devido a agressões.

Três dos quatro atacantes detidos pelos militares, e Arlécio Costa, um antigo combatente do batalhão Búfalo da África do Sul, morreram horas depois no quartel e imagens dos homens com marcas de agressão, ensanguentados e com as mãos amarradas atrás das costas, ainda com vida e também já na morgue, e com militares a agredi-los, foram amplamente divulgadas nas redes sociais.

Em dezembro, a PGR de São Tomé e Príncipe anunciou que pediu a “vinda urgente de um magistrado sénior cooperante para reforçar a equipa da investigação” já apoiada por elementos da PJ e da medicina legal portuguesa.

Cinco militares são-tomenses ficaram em prisão preventiva, por alegado envolvimento nos maus-tratos e mortes de quatro homens, após um assalto ao quartel, enquanto o vice-chefe do Estado Maior das Forças Armadas foi constituído arguido, disse hoje fonte judicial.

De acordo com a mesma fonte, no total, 11 militares foram constituídos arguidos, tendo cinco ficado em prisão preventiva, após terem sido sujeitos ao primeiro interrogatório judicial, em tribunal.

Os restantes seis ficaram sujeitos à medida de coação de termo de identidade e residência (TIR).

O vice-chefe do Estado Maior das Forças Armadas, Armindo Rodrigues, foi ouvido na terça-feira, tendo sido constituído arguido e ficado sujeito a TIR, avançou a mesma fonte.

Os cinco militares agora em prisão preventiva juntam-se assim a outros seis que estavam já sujeitos à mesma medida de coação, num total de 11 presos preventivamente.

Na semana passada, o Ministério Público são-tomense garantiu que está a investigar com “autonomia e isenção” para apurar a verdade sobre “o assalto ao quartel” e a morte das quatro pessoas.

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