Agências da ONU criam unidade de transformação de produtos alimentares em Uba Budo

A comunidade de Uba Budo beneficiará de oportunidades de emprego como mão-de-obra local não qualificada durante as obras e com alguns postos de trabalho na unidade de transformação de produtos, priorizando as mulheres.

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Rádio Somos Todos Primos

Arrancaram na quarta-feira, 29 de março, as obras para a instalação de uma unidade de transformação de produtos alimentares em Uba Budo, Distrito de Cantagalo, no âmbito do Projecto Conjunto das Nações Unidas: “Promover Cadeias de Valor Alimentar Locais e Oportunidades de Emprego Equitativas Através de Uma Indústria Agroalimentar Sustentável em São Tomé e Príncipe”.

As obras de requalificação do armazém de Uba Budo em unidade agro-industrial, com a duração de noventa dias, constituem a segunda etapa do projecto, em parceria com o Ministério da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas, e implementado pelas agências das Nações Unidas: Organização Internacional do Trabalho  (OIT), Fundo das Nações Unidas para a População (FNUAP), Programa das Nações Unidas para Assentamentos Humanos (UN-HABITAT) e Programa Alimentar Mundial das Nações Unidas (PAM). A primeira etapa arrancou no passado dia 14 de março, com as obras de construção do depósito para captação de água e sistemas de drenagem e irrigação na Comunidade Agrícola de Camavo, no Distrito de Cantagalo.

“Vai nascer aqui neste armazém uma pequena unidade de transformação de produtos: particularmente o milho, que será transformado em fuba (farinha), e feijão, que será seco para abastecer o mercado nacional”, explicou Cesaltino Fernandes, Gestor Nacional do UN-Habitat e responsável pela obra em Uba Budo. “Quando terminarmos as obras de reabilitação do armazém, vamos equipá-lo durante dois meses com algumas máquinas, para moer milho, para coser sacos, e balanças para pesagem dos produtos. Em Setembro ou Outubro a unidade estará a funcionar”, disse Fernandes.

No recinto da unidade agro-industrial, as agências OIT e FNUAP vão promover formações em higiene e segurança no trabalho, saúde sexual e reprodutiva, prevenção e combate a violência doméstica baseada no género; enquanto na Comunidade Agrícola de Camavo o PAM vai capacitar os produtores em técnicas de produção melhoradas e adaptadas às mudanças climáticas e a OIT em higiene e segurança na agricultura.

A comunidade de Uba Budo beneficiará de oportunidades de emprego como mão-de-obra local não qualificada durante as obras e com alguns postos de trabalho na unidade de transformação de produtos, priorizando as mulheres.

“Este projecto é uma mais-valia não só para as comunidades de Camavo e Uba Budo, mas para todo o país. Para além de proporcionar oportunidades emprego local, vai garantir a segurança alimentar desta comunidade e a nível nacional. Que haja mais projectos para alargar este tipo de ações para outras zonas do país”, considerou João D’Alva, representante do Ministério da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas.

“Este é um projecto com três vertentes, a produção local, a transformação e a formação; sendo por isso uma mais-valia para esta comunidade e para o Distrito de Cantagalo, ao promover o emprego local. Espero que a população desta comunidade abrace e se engaje neste projecto, para garantir a continuidade do mesmo, findo o seu tempo de financiamento garantido. Trata-se, sublinho, de uma oportunidade de aumento de renda e criação de mais-valia para o próprio distrito de Cantagalo”, disse Paulo Bacuda, Presidente da Câmara Municipal de Cantagalo.

“Em nome da comunidade, agradeço ao projecto, por criar oportunidade de emprego para jovens e mulheres. Vamos ter aqui produtos transformados, para o povo são-tomense. O projecto vai desenvolver a nossa comunidade em termos económicos e financeiros”, disse Sozilander do Espírito Santo Andresa, líder da comunidade de Uba Budo.

Lançado oficialmente em Maio de 2022, e financiado pelo  Fundo SDG para Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento, este projecto-piloto visa promover cadeias de valor alimentar local sustentáveis, o desenvolvimento rural e a resiliência, através do investimento em uma indústria agroalimentar ecologicamente correta e na criação de empregos para mulheres e raparigas trabalhadoras vulneráveis.

Fonte: PAM

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