O candidato presidencial são-tomense Manuel Pinto da Costa exigiu a destituição da Comissão Eleitoral, senão recusará participar numa eventual segunda volta das eleições de domingo passado, nas quais ficou em segundo lugar.
O director de campanha do também actual Presidente de São Tomé e Príncipe leu ontem aos jornalistas um comunicado em que se considera “não haver condições objectivas e subjectivas” para ir à segunda volta com o candidato mais votado, Evaristo Carvalho, porque se passaram “uma série de ilícitos punidos pela lei eleitoral”
Por isso, afirmou Guilherme Posser da Costa, exige-se “a destituição da actual comissão eleitoral”, que está a “prestar um muito mau serviço à nação”.
Só assim, considera a candidatura de Pinto da Costa, é que estarão “restabelecidas todas as condições legais que garantam que as eleições sejam verdadeiramente livres, justas e transparentes”.
“Todo o processo que presidiu as eleições presidenciais está viciado desde o seu início até ao presente momento” assegurou Posser da Costa, que estava acompanhado por Gabriel Costa, antigo primeiro-ministro e também um dos responsáveis pela candidatura de Manuel Pinto da Costa.
A candidatura argumenta que nestas eleições houve uma “situação mais escandalosa jamais vista em nenhum pleito eleitoral” e cita o que ocorreu em Maria Luísa, onde a população boicotou as eleições de 17 de Julho.
“No mesmo momento em que decorria a votação, assistia-se, sob a orientação do governo, à colocação de energia eléctrica nesta comunidade em flagrante violação da lei eleitoral”, acusaram.
O apuramento final da primeira volta das eleições presidenciais em São Tomé e Príncipe, realizada no passado domingo, será feito na segunda-feira pelo Tribunal Constitucional (TC), disse na quinta-feira à Lusa o porta-voz da Comissão Eleitoral Nacional (CEN).
Ambrósio Quaresma disse que é possível que seja necessária a realização de uma segunda volta, mas a decisão final será da responsabilidade do TC.
Os resultados provisórios anunciados no dia das eleições apontavam para uma vitória à primeira volta do candidato apoiado pelo governo, Evaristo Carvalho, com 50,1 por cento dos votos, contra 24,8 por cento do recandidato ao cargo Manuel Pinto da Costa e 24,1 por cento de Maria das Neves (apoiada pelos partidos da oposição parlamentar).
Os resultados anunciados no domingo pela CEN indicavam que Evaristo Carvalho havia vencido à primeira volta por apenas 188 votos de diferença relativamente à soma dos demais candidatos.
As candidaturas de Manuel Pinto da Costa e Maria das Neves apresentaram na terça-feira um pedido de impugnação junto do Supremo Tribunal de Justiça são-tomense, alegando “várias irregularidades com a votação de eleitores que se haviam abstido”.