Gete da Trindade Monteiro Afonso Rita, filho de Cosme da Trindade Rita e de Páscoa da Conceição Monteiro, nasceu à 6 de fevereiro de 1943, na cidade de Trindade, em São Tomé, e faleceu aos 64 anos no dia 22 de março de 2007 vítima de doença prolongada.
Gete Rita foi compositor e ator, mas ao longo da sua vida profissional trabalhou nas Linhas Aéreas de São Tomé e Príncipe (LASTP). Foi alto funcionário das alfândegas e da Direção dos Transportes e Portos.
O compositor Gete Rita é considerado até hoje “um dos maiores compositores de São Tomé e Príncipe“, tendo composto centenas de músicas, sobretudo para os conjuntos musicais “Sangazuza” e “África Negra”. A primeira canção de Gete Rita foi apresentada há 60 anos. Compositores como “Manjalegua”, “Cardoso”, “Lojamato” e muitos outros, seguiram as suas pegadas.
Foi o mais sonante compositor de todos os tempos, um verdadeiro ícone da cultura são-tomense. Das letras mais destacadas deste compositor são-tomense distinguimos: “Sun Gete Rita”, “Sámá Cardoso Dámu”, “Graciete ku Luísa”, entre outras. Segundo a filha do malogrado compositor São-tomense Gete Rita, Esperança Rita, um dos maiores sucessos do General João Seria, a música intitulada “Aninha” foi escrita pelo seu pai.
Uba Budo, Dto. Cantagalo, Ilha de São Tomé, Localizada na parte leste da ilha de São Tomé, no distrito de Cantagalo, esta roça foi fundada em 1875 e pertenceu à Companhia Agrícola Ultramarina. A principal cultura na Roça Uba Budo era o cacau. Nos anos 1990, a Roça Uba Budo foi o cenário escolhido pela RTP Internacional, o canal internacional da televisão pública de Portugal, para rodar uma série televisiva que retratava a história de amor entre uma escrava e o seu patrão, “Milongo“.
Gete, além de compositor, era, também, contador de histórias, intérprete, apresentador de Rádio, Televisão e ator, com destaque para o romance realizado em São Tomé na década de 1990, “Milongo”, uma adaptação televisiva de Jaime Camargo, onde Gete Rita interpretava o personagem curandeiro “Caúma”. Esta série foi uma produção conjunta da RTP/RTPInternacional e da Televisão de São Tomé e Príncipe (TVS), com Eduardo Gomes (RTPi) e Filipe Gomes (TVS) como coordenadores. Milongo obteve uma Menção Honrosa na “X Mostra Atlântica dos Açores”, em 1994.
Gete Rita, também, produziu e apresentou na Rádio Nacional de São Tomé e Príncipe o programa de grande audiência “Alegria Semanal”. Ainda na Rádio Nacional foi co-produtor e apresentador do magnífico programa matinal “Tluqui Sun Dêçu Atualidade” em parceria com Silvério Amorim, em 1991.
Na Televisão, com o seu senso de humor e histórias maravilhosas, Gete Rita fazia com que os são-tomenses ficassem colados aos ecrãs da TVS. Dedicou toda a sua vida e saber à cultura nacional. Era dono de uma voz singular e elevado poder interpretativo, um timbre vocal que só quem o conhecia tem-na presente.
Em entrevista à RSTP, Silvério Amorim declarou que o compositor são-tomense Gete Rita, “foi muito admirado e acarinhado pela juventude da sua época. As festas, os bailes e matinês só tinham realce se Gete Rita lá estivesse. As moças disputavam um pé de dança com este que foi um grande senhor naqueles tempos. O desaparecimento físico de Gete Rita constitui uma perda irreparável, não só para sua família mas também para cultura da R.D.S.T.P. que o mesmo tanto amou e muito fez pela nossa identidade cultural. Gete Rita estimulou o orgulho de sermos são-tomenses. Gete primava pelo princípio “antes de cantar alguém, cantava primeiro para si próprio, como ex: “Gete Bilá Bódji” uma das suas últimas canções”, finalizou o conhecido jornalista e locutor da Rádio Nacional de São Tomé e Príncipe. Para o músico são-tomense Ninho Anguene, “Gete Rita foi um magnífico compositor são-tomense e como ele até agora não há mais”.
Ideia Original: Núria Rita Ceita
Fonte de Informação: Silvério Amorim e Ninho Anguene
Coordenação: Guedes Medeiros