Este evento foi uma iniciativa da Poeta e Estilista Goretti Pina, que em 2015, ao tomar conhecimento que o montante que era pago pelos turistas, para o visto de 15 dias para entrarem em são Tomé e príncipe, foi suspenso pelas autoridades são-tomenses.
Esta verba era utilizada para ajudar estes doentes, uma vez que o montante disponibilizado para este fim é insuficiente e, de acordo com Luís Guilherme de Oliveira Viegas, Embaixador de São Tomé e Príncipe em Portugal, que esteve presente no evento, o montante enviado para os doentes que se ausentam do país de Junta Médica, é de 30 mil Euros.
O Embaixador salientou que São Tomé e Príncipe “no ano passado ultrapassou em 200 o número de doentes previstos no protocolo e a situação torna-se agravante porque os doentes não recebem por parte do país o montante que era suposto”.
Salientou também que, o montante disponibilizado pelo Governo São-tomense, não é repartido de igual forma para todos os doentes, uma vez que isto depende e muito da vulnerabilidade de cada caso e que o “bolo” deste montante vai essencialmente para o título de transportes públicos.
O evento teve o seu inicio às 19:00h, com a introdução feita pela Presidente da Casa do Alentejo, Rosa Calado, que acolheu humildemente pela segunda vez este evento e que também já cedeu o seu espaço para outros eventos, nomeadamente no dia Internacional da Mulher.
Esta introdução foi feita com declamação do Poema “Universalmente” da poeta e estilista idealizadora do evento Goretti Pina.
O evento contou com Abigail Tiny Cosme, Linguística e Apresentadora de TV e Ângelo Torres, Actor, como apresentadores.
Deu-nos a honra da sua participação neste evento, a poeta Elsa de Noronha que declamou dois poemas: “Sangue Negro” de Noémia de Sousa e “Batuque das Mulheres Negras” de Maria Manuela Montenegro.
O evento foi abrilhantado pela apresentação das obras da estilista Tiamo Veloso e do artista plástico Estanislau Neto.
Participaram também, neste evento Nino Anguené, Felipe Santos, Ana Amorim, Associação Amigas do peito, Marta Dias (madrinha do Evento) e muitos outros.
Foi feita uma homenagem a Albertino Bragança Neto, escritor São-tomense autor da obra Rosa do Riboque e outros contos.
Em entrevista a RSTP, a mentora do evento disse que considera terem atingido os objetivos pretendidos, até porque é “uma campanha que não há um orçamento… o balanço desta noite foi de 1030€ de bilheteira, mais um valor que eu não tenho presente exatamente quanto é que as pessoas foram depositando na conta da campanha”. Acrescentou que o valor acumulado até o momento é de mais de 1500€, sendo 1030€ da bilheteira e certa de 600€ que tinha conhecimento que foi depositado na conta da campanha.
Salientou que o balanço da noite foi positivo, mas que a casa não estava tão cheia como na primeira gala e que acredita que a razão principal deste acontecimento, foi o outro evento, Miss Amadora, que “certamente dividiu a nossa comunidade…de qualquer forma tivemos uma sala composta e o evento correu muito bem felizmente”.
Quando perguntada pela RSTP, sobre o sistema utilizado para que de facto a verba chegue aos que mais necessitam, a estilista disse que o objetivo “é ajudar a embaixada a dar resposta a esses doentes, são doentes de Junta Médica estão à responsabilidade da embaixada, é a embaixada que os acompanha e que conhece de perto a necessidade de cada um… De maneira que, o que nós conseguimos angariar, fazemos chegar a embaixada e cabe ao serviço social da embaixada que conhece os casos em pormenor, decidir que caso é que são prioritários, e, portanto, dar destino assim a essa verba”.
A mentora do evento garante que haverá outras edições e que “a ideia é continuar e continuar a congregar solidários para a causa” e salienta que os apoios mais marcantes que tiveram “foram as associações sobretudo a Associação Mé Non, que além de ser uma das associações envolvidas na gala só com representatividade por causa do serviço que tem prestado enquanto associação, também ajudaram por exemplo, no cocktail que foi feito antes da gala, deram outro tipo de ajuda, até protocolar inclusivamente, durante a gala”.
“Tivemos Felipe Santos que é uma pessoa que não temos palavras para agradecer. Ele foi um dos músicos que esteve na gala no ano passado, portanto já doou o seu talento na primeira gala e desta vez veio acompanhar outro músico que é o Ninho Anguêne, mas também brindou-nos com uma participação individual e ajudou-nos em todo um trabalho de preparação da gala em termos de contactos, foi uma ajuda muito importante que eu gostava de destacar”.
Citou também a ajuda dada por Tonecas Prazeres que não esteve presente, mas que segundo a mentora deu todo o apoio necessário no backstage.
Todavia a Estilista disse que “é muito ingrato falar de colaborações” porque existe sempre a possibilidade de esquecer de citar alguma, mas que todos sabem quem são e que só frisou estes “porque são os que estiveram na primeira e voltaram a estar, porque a ideia é de ano para ano ter novas ajuda”. Referiu também a “Raquel Maria Peres, é uma maquilhadora que voltou a estar com a equipa”.
Garantiu também que todas as ajudas que tem “é de forma voluntária, portanto não há aqui ninguém que tenha recebido 1 cêntimo pelo trabalho que prestou e há pessoas que trabalharam muito, muito mesmo…a Cinemat por exemplo, que é a equipa de som e iluminação, não fez só som e iluminação, deu todo um apoio de bastidores que foi decisivamente importante para as coisas funcionarem e correrem bem”.
A estilista teve a iniciativa de reunir outras pessoas que estivessem dispostas a ajudar para levarem avante este evento tão nobre e agradece a sua equipa pelo trabalho e disse que “sim os são-tomenses são solidários e sim, nós nos preocupamos com os nossos semelhantes”. Disse também a RSTP que seria impossível conseguir levar a ideia avante se não tivesse o apoio das outras pessoas e que muitas pessoas podem ter pensado o mesmo, mas era necessário “que alguém tivesse a ousadia de chamar as outras e dizer eu vou arriscar e ver se isto acontece” e assegura que não teria conseguido se os outros tivessem rejeitado o seu convite.
Segundo a apresentadora Abigail Cosme á RSTP, o balanço da noite também foi positivo, apesar de não terem tido “a sala cheia, mas que os que aqui tiverem fizeram a diferença e conseguimos juntar um valor significativo”.
A apresentadora salientou que o que mais a enche de “orgulho é que enquanto são-tomenses ainda conseguimos juntar para causas nobre e para ajudar o outro e este valor, vai servir para atenuar, digamos assim, as dificuldades de algumas pessoas e só por isso vale a pena e valeu a pena ter aqui estado”.
Abigail Tiny Cosme disse que pretende estar numa próxima edição “ou a apresentar ou até a assistir” e fez um apelo aos organizadores “que não acabe por aqui e que essas iniciativas continuem anuais, semestrais, enfim como entenderem, mas que não podemos parar de ajudar…enquanto são-tomenses, onde quer que estejamos podemos também contribuir para o crescimento do nosso país e contribuir no crescimento é precisamente isso, investir na saúde e na educação que são a base de uma sociedade”.