O partido Ação Democrática Independente, maior força política na oposição em São Tome Príncipe, pediu, ontem (dia 18), ao governo a suspensão por precaução das vacinas AstraZeneca que estão a ser aplicadas no país para combate à Covid-19.
Em conferência de imprensa dada, esta quarta-feira, o porta-voz da ADI, Gareth Guadalupe, realçou que “quando o governo decidiu dar a vacina AstraZeneca não foi com base em nenhum estudo que o nosso governo vez. Foi com base nas recomendações das autoridades internacionais… e se tem havido um recuo por parte da comunidade internacional, então, a prudência recomenda que nós sigamos o mesmo sentido”.
Gareth Guadalupe disse que “a intenção do ADI não é desmotivar que as pessoas tomem a vacina da AstraZeneca, porque ADI não pode provar a fiabilidade ou não desta vacina”, mas a intenção é seguir aquilo que tem sido feito por muitos países, principalmente da Europa, “que são os principais finaciadores da plataforma Covax” e que suspenderam a aplicação desta vacina.
O maior partido da oposição santomense aponta como uma das variáveis que pesou na decisão de se avançar com a aplicação das vacinas AstraZeneca, “é o facto dela ser de graça, no âmbito da plataforma Covax”.
O porta-voz da ADI disse que “muito nos estranha termos visto ontem o Presidente da República, que é alguém com idade superior aos 64 anos, já anda na casa dos 70 anos, a ser vacinado“, quando o plano de vacinação anunciado pelo governo refere que nesta primeira fase, só seriam vacinadas pessoas com idade até os 64 anos.
O porta-voz da ADI lembrou que há um mês, tinha proposto ao governo a aquisição, através do Orçamento Geral do Estado, de um centro de ulta-refrigeração para receber a vacina Pfizer. “Faz ontem (dia 17) precisamente um mês”, realçou.
“Como não estamos só para fazer oposição no sentido de criticar, mas também de apresentar críticas construtivas, nós apresentamos várias alternativas a nível do Orçamento Geral do Estado que pudessem ajudar a que o Governo adquirisse um centro de ulta-refrigeração para permitir que nós pudéssemos ter a vacina Pfizer. O que nós não queremos dizer que a Pfizer também não tem efeitos colaterais, mas pelo menos teríamos um plano B, como fez Cabo Verde” disse Garet Guadalupe.
O facto do país ainda estar no início do processo de vacinação, é uma vantagem, diz ADI reforçando que “antes que a gente comece a propagar a vacina por muito mais pessoas, e pessoas com idade superior aos 64 anos, é preferível que a gente suspenda a vacinação da AstraZeneca”.