A Polícia Judiciária anunciou hoje que foram detidos, no domingo, dois cidadãos da Guiné-Bissau, provenientes do Brasil via Portugal, com mais de 279 cápsulas de cocaína no organismo, e um são-tomense suspeito de ser o responsável da droga avaliada em mais de 418.500 euros.
O diretor da Polícia Judiciária, Samuel António, explicou que os dois cidadãos guineenses, com idade entre os 36 e os 47 anos, foram “detidos em flagrante delito” e submetidos aos exames de raio-X no Hospital Central Doutor Ayres de Menezes em São Tomé.
“Os médicos receitaram os medicamentos que estimulam a evacuação e assim conseguimos recuperar, até então, um total de 279 cápsulas de cocaínas, sendo que um indivíduo transportava 149 [correspondentes a 3.019 quilos] e outro130 cápsulas [correspondentes a 2.345 quilos]”, explicou o diretor da PJ, em conferência de imprensa, na manhã desta terça-feira.
Samuel António esclareceu ainda que “estes produtos são comercializados a um valor que ronda os 1.500 euros por cápsula”, estimando que o valor total da cocaína apreendida seja de 10.462.500 dobras (418.500 euros).
“Foi uma operação exclusiva da PJ, que já vem monitorando e seguindo esta organização criminosa há meses e contou com o apoio do Ministério Público (MP) e Serviços de Migração e Fronteiras (SMF)” e parceiros internacionais, revelou, descartando o envolvimento da Polícia Nacional nesta operação, como foi anunciado na segunda-feira.
A PJ avançou ainda que deteve um cidadão são-tomense residente em São Tomé, que é considerado “o cérebro da operação” e que tinha na sua posse “materiais informáticos diversos e vários documentos pessoais [de terceiros], com destaque para a apreensão de vários passaportes” cabo-verdianos e são-tomenses, também apreendidos.
Segundo Samuel António, “a investigação vai continuar” visando a detenção de outros membros, tendo assegurado que as drogas apreendidas “serão destruídas”, em perfeita sintonia com o Ministério Público.