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PR: “A energia em São Tomé e Príncipe é uma necessidade de todos”

CARLOS VILA NOVA-

O Presidente são-tomense, Carlos Vila Nova, visitou hoje duas centrais de produção energética do país, onde recebeu garantias do Governo de que a situação será melhorada até final do ano, mas instou o executivo a acompanhar os trabalhos.

“Hoje a energia em São Tomé e Príncipe é uma necessidade de todos. Sem energia não haverá desenvolvimento e se nós não tornarmos esse setor dinâmico nós não vamos conseguir resolver os problemas de base das pessoas. É com esse espírito que eu fiz essa visita para trazer o assunto ao quotidiano e levar a informação a todo cidadão e cidadã”, explicou o Presidente da República, após visitar a central de produção de Bobô-Forro, na cidade de São Tomé, e a central de Santo Amaro, no distrito de Lobata.

 Segundo o chefe de Estado a visita surge na “sequência das informações veiculadas que haverá melhorias, para breve, na produção energética”.

Ministro Osvaldo Abreu e o Presidente da República, Carlos Vila Nova

No início do mês, o então ministro das Infraestruturas, Osvaldo Abreu assegurou que “antes do final do ano todas as centrais de São Tomé e Príncipe […] estarão em funcionamento”, garantindo “produção suficiente” para que já não haja “cortes de energia”.

“Eu chego à conclusão de que o país ainda tem muito caminho pela frente para se tornar autossustentável em matéria de produção de energia”, declarou hoje o Presidente, acrescentando que “a produção energética em São Tomé, acima de 80%, é feita por energia térmica, ou seja, através de geradores e a necessidade das pessoas é superior à produção”.

Segundo Carlos Vila Nova, “o grande problema está na manutenção” dos geradores “com a frequência que é necessária”, considerando que “a empresa EMAE [Empresa de Água e Eletricidade], que é supostamente a responsável por isso, tem de recorrer frequentemente ao Governo para encontrar aportes e suplemento para o fazer porque ultrapassa a sua capacidade financeira”.

Para o chefe de Estado, o problema não se põe ao nível da quantidade dos grupos de geradores de que o país dispõe, mas sim na “frequência da sua manutenção para que eles estejam operacionais a todo o tempo”.

Carlos Vila Nova disse que recebeu informação no local de que pelo menos mais dois dos geradores que estão em manutenção estarão em funcionamento até final do ano, com capacidade de garantir mais 3.8 megawatts de energia.

O Presidente da República disse ainda que recebeu detalhes do Governo sobre ações que estão em curso para a transição energética em São Tomé e Príncipe.

“Em curso há ações que podem iniciar-se, muito brevemente, ainda este ano, com a instalação de painéis solares, aqui neste local (central de produção de Santo Amaro]”, anunciou Carlos Vila Nova, referindo que teve garantias da coordenadora do sistema das Nações Unidas, que é parceira na implementação do projeto-piloto, que irá permitir que os privados também possam iniciar a produção energética no país.

“O país tem legislação que permite a produção privada. O privado pode entrar na produção de energia e ela ser comprada pela EMAE e fornecida à população”, explicou o Presidente da República, que já exerceu por duas vezes as funções de ministro das Infraestruturas e Recursos Naturais.

Carlos Vila Nova defendeu a necessidade de São Tomé e Príncipe apostar nas energias renováveis, mas lamentou que o facto de o país depender dos parceiros multilaterais, como o Banco Mundial e as Nações Unidas, cujos procedimentos “são muito morosos e longos”, e não permite “a aceleração, nem a dinâmica” que o país precisa para este setor.

O chefe de Estado enfatizou também que um dos motivos da sua visita ao setor energético tinha a ver com a aproximação da quadra natalícia, que é marcada pelo aumento de consumo de energia e consequentes cortes no fornecimento em todo o país.

“Daí eu instar mais uma vez ao Governo para acompanhar de perto esse exercício, para acompanhar de perto os trabalhos que a EMAE vem fazendo, para que de facto haja melhorias nítidas e claras quando chegarmos a essa quadra festiva […] e eu ficaria muito satisfeito se no final do ano tivéssemos o mínimo de problemas possíveis no fornecimento de energia”, referiu.

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