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Caso Arroz do Japão: MCI insta Presidente da República a demitir o primeiro-ministro

MIC

O Movimento de Cidadãos Independentes, com dois deputados na oposição são-tomense, instou o Presidente da República a demitir o primeiro-ministro, face à “denúncia muito grave” do ex-presidente Fradique Menezes sobre comercialização do arroz oferecido pelo Japão.

“Face às declarações do ex-presidente Fradique de Menezes, o Movimento de Cidadãos Independentes/Partido Socialista entende que o senhor Jorge Bom Jesus já não tem condições para continuar como primeiro-ministro. Por isso, o Movimento de Cidadãos Independentes/Partidos Socialista insta o senhor Presidente da República a demitir de imediato o senhor Jorge Bom Jesus das funções do primeiro-ministro e chefe do Governo”, anunciou, na quinta-feira, o porta-voz do partido, Raúl Cravid.

Durante um Conselho Nacional da União MDFM-UDD, realizado no sábado, Fradique Menezes revelou que os partidos da ‘nova maioria’, que suportam o Governo de Bom Jesus (MLSTP-PSD, PCD/UDD/MDFM) criaram uma “firma chamada ‘Capa’ por causa do arroz de Japão”, oferecido pelo Japão para constituição de um fundo de contrapartida para financiamento de projetos sociais e apoiar o processo eleitoral no país.

Segundo Fradique de Menezes, os partidos da ‘nova maioria’ acordaram que a empresa fosse constituída por um representante de cada cor política no poder, nomeadamente do MLSTP, PCD e ele próprio, pela união MDFM-UDD, e “havia um contrato assinado”, mas que foi suspenso na segunda comercialização que se iniciou “uns meses antes das eleições presidenciais” de 2021 “para que o candidato do MLSTP [Posser da Costa] ganhasse”.

Num comunicado, o Movimento de Cidadão Independentes/Partido Socialista (MCI/PS) considerou que “o primeiro-ministro, ao suspender um acordo celebrado pelo próprio Governo e a empresa CAPA, para a venda do arroz do Japão mediante a orientação do líder da bancada parlamentar do MLSTP/PSD, com a finalidade de beneficiar e financiar a campanha eleitoral do seu candidato Posser da Costa, demonstrou claramente que não está preocupado com o sofrimento deste povo nem tão pouco com o desenvolvimento deste país”.

O MCI/PS considerou que “a forma como foi abordada a questão pelo ex-presidente da República é uma denúncia muito grave” que, para além de merecer o “repúdio e condenação” do partido, “demonstra o desnorte e o desmando reinante na coligação que governa o país” e que “o primeiro-ministro não está interessado em resolver os problemas do povo, mas sim de um pequeno grupo do seu partido”.

“Assim sendo, vem o Movimento de Cidadãos Independentes/Partido Socialista instar o Ministério Público, enquanto detentor da ação penal, em mover um processo para a averiguação e apurar eventuais responsabilidades, como forma de punir os infratores por abuso de poder, de confiança e negócios consigo mesmo,” lê-se no comunicado lido pelo porta-voz do partido, Raúl Cravid.

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