O primeiro-ministro Jorge Bom Jesus foi hoje reeleito presidente do Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe (MLSTP/PSD) com 51% dos votos e prometeu mudar o partido e a governação para vencer as eleições legislativas previstas para outubro.
Na corrida para a presidência do partido, estiverem o atual Governador do Banco Central, Américo Barros que era vice-presidente da antiga direção de Jorge Bom Jesus, e ainda o antigo-primeiro ministro, Rafael Branco, que até o início do ano era diretor da Agência de Promoção do Comércio e Investimento.
Num total de 517 votos expressos, Jorge Bom Jesus foi o primeiro classificado com 260 votos, Américo Barros obteve 147 votos, equivalente a 28,4%, e Rafael Branco registou 105 votos, que correspondem a 20,3%.
“Isto é um recarregar de baterias. Esta reeleição me dá muito mais responsabilidade e eu sei que não é um cheque em branco, num tempo muito difícil tanto na situação política interna do partido, como ao nível de Governação, mas isso vai retemperar o meu espírito. Nós vamos mudar”, afirmou Jorge Bom Jesus.
Segundo Jorge Bom Jesus, as mudanças começaram desde a nova direção do partido, onde manteve apenas o antigo secretário-geral, Arlindo Barbosa, que foi promovido a vice-presidente.
As outras duas vice-presidências do MLSTP/PSD foram entregues ao atual vice-presidente da Assembleia Nacional, Guilherme Otaviano, e ao diretor do Instituto Nacional de Estradas, Gabdulo Quaresma.
O cargo de secretária-geral foi confiado à ministra da Saúde, Filomena Monteiro, que será coadjuvada por dois elementos da ala mais jovem do partido.
“Acabei de reestruturar praticamente a direção toda […] para justamente dar um sinal de que eu quero romper com os paradigmas e tentar fazer diferente”, precisou Jorge Bom Jesus, admitindo que vai precisar do “apoio de todos os camaradas” para muito rapidamente adotar “uma postura de proximidade” para conhecer os verdadeiros problemas da militância do partido.
O líder do MLSTP/PSD entende que a confiança atribuída a nova direção é para trabalhar “numa perspetiva de unidade na diversidade”, inclusive com os candidatos derrotados e os membros que apoiaram as suas equipas.
“Nós vamos continuar a abraçar todos os camaradas, porque todos somos muito poucos para vencermos as ingentes tarefas que nos esperam lá fora, sobretudo as eleições autárquicas, legislativas e regionais, onde vamos estar em peleja com vários outros partidos, e certamente, muitos movimentos”, assegurou Jorge Bom Jesus.
Admitindo “muito trabalho pela frente”, Jorge Bom Jesus defende que é preciso abrir o partido à sociedade civil, “injetando sangue novo, porque ganhar as eleições não se faz só com os militantes do partido”.
“Há cerca de duas décadas que o MLSTP não governa sozinho. Ele partilha o poder em alianças com outros partidos. Vamos querer pedir cada vez maior confiança, mas para isso é preciso merecer e tudo isso se faz com trabalho, estando próximo das populações”, adiantou Bom Jesus.
O VI congresso ordinário do MLSTP/PSD contou com a presença de uma delegação do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), chefiada pelo secretário internacional do partido, o embaixador Manuel Augusto, bem como do representante do Partido Africano de Independência de Cabo Verde (PAICV) em São Tomé.
Também estiveram presentes as outras forças políticas com assento no parlamento são-tomense, nomeadamente a Ação Democrática Independente (ADI), o Partido de Convergência Democrática (PCD) e a União MDFM-UDD.