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Patrice Trovoada, candidato único, será reeleito líder da ADI no congresso com cerca de 900 delegados

Patrice Trovoada

Cerca de 900 delegados ao nono congresso da Ação Democrática Independente (ADI, oposição) vão reeleger, no sábado, o ex-primeiro-ministro Patrice Trovoada, que se apresenta como candidato único à liderança do partido.

“A candidatura estava aberta para todos, mas as pessoas depositam toda essa confiança ao doutor Patrice Emery Trovoada, tendo em conta que é o líder que já deu prova durante a sua governação [..] que foi de agrado da maioria desta população”, disse hoje à RSTP a porta-voz da comissão organizadora do congresso, Alda Ramos.

Segundo a mesma fonte, Patrice Trovoada, ausente do país desde 2018, não estará no congresso, mas “deverá estar [no país] ainda este ano, tendo em conta que ele é o candidato a primeiro-ministro”.

“A qualquer momento o doutor Patrice Trovoada estará em São Tomé e Príncipe para ser acolhido e recebido pelo povo que está com muitas expetativas para recebê-lo”, precisou a porta-voz da organização do congresso da ADI.

Questionada sobre como os militantes da ADI lidam com a ausência de Patrice Trovada em São Tomé e Príncipe desde que deixou de ser primeiro-ministro, Alda Ramos disse que “até agora não há opinião contrária” à recandidatura.

“Todos os militantes acolhem muito bem esta candidatura […] não temos outra hipótese, é um líder que já deu prova, não é só no seio da ADI que tem esse entendimento. Ao nível da população em geral, 95% da população quer o doutor Patrice Trovoada na governação, inclusive os nossos adversários têm a plena consciência” disso, acrescentou.

Em 2020, Patrice Trovoada foi reeleito líder da ADI, mas o Tribunal Constitucional (TC) não reconheceu a eleição, tendo considerado que houve “manifesta irregularidade estatutária” no congresso, uma vez que “a eleição foi por uma súbita erupção de braço no ar e uma massiva aclamação”, contrariando o Estatuto do partido registado no TC que “consagra a modalidade de escrutínio secreto para eleições dos órgãos”.

“Para evitar algumas situações, nós somos obrigados a realizar este congresso e corrigir o que for para corrigir para que depois não venham com alguns obstáculos […] estamos a acautelar, cumprindo as leis, respeitando as normas, portanto, o tribunal não terá motivos para criar algum obstáculo” disse hoje à RSTP a porta-voz da comissão organizadora do congresso.

Em entrevista recente à agência Lusa em Lisboa, Patrice Trovoada sublinhou que só aceitará o cargo de primeiro-ministro “se tiver os meios para minimamente realizar o trabalho” com um Governo reformista.

“Preciso de um sinal claro também das populações porque estamos a falar de termos um Governo reformista e um Governo reformista precisa de facto de uma base de sustentação larga”, precisou o líder da ADI.

O atual presidente da ADI acredita que é possível alcançar os 33 eleitos.

“O descontentamento, a indignação, a revolta social em 2014 não atingiam os níveis que temos hoje. É preciso apresentar também uma proposta que seja até melhor e mais convincente que aquela que nós apresentámos em 2014 porque estivemos quatro anos no poder e também sofremos desgaste, prova disso é que nós não conseguimos atingir a maioria absoluta em 2018”, comentou, Patrice Trovoada.

O nono congresso eletivo da ADI terá lugar no Palácio dos Congressos, prevendo-se, além do ato eleitoral, a aprovação dos novos estatutos do partido e mensagens das estruturas distritais, regional e da ala feminina e juvenil da formação política.

A ADI venceu as eleições legislativas de 2018 com maioria simples de 25 dos 55 assentos parlamentares, mas não conseguiu formar Governo, dando lugar à ‘nova maioria’ formada pelo Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe – Partido Social Democrata (MLSTP-PSD), com 23 deputados, e a coligação PCD-MDFM-UDD, com cinco deputados.

As eleições legislativas, autárquicas, e regional na ilha do Príncipe foram marcadas pelo Presidente da República, Carlos Vila Nova, para 25 de setembro.

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