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Delfim Neves anuncia “amplo movimento” para ser “terceira via” nas legislativas

Delfim Neves

O presidente da Assembleia Nacional, Delfim Neves, anunciou hoje que está a ser criado um “amplo movimento nacional”, reunindo partidos e sociedade civil, que quer ser “a terceira via” nas eleições legislativas de 25 de setembro.

“Está em forja a criação de um amplo movimento nacional para concorrer às eleições legislativas numa perspetiva de unir as forças políticas e abrindo espaço às pessoas que nunca se filiaram em partido nenhum ou que já estiveram em partidos outros, mas que por uma razão ou outra estão afastados”, afirmou, em entrevista à Lusa em Lisboa.

 “Se houver esse movimento e se isso se concretizar, eu estarei lá”, garantiu, Delfim Neves, apontando que o objetivo do movimento “é acolher todas essas sensibilidades porque o país precisa”.

Delfim Neves, que é um dos altos dirigentes do PCD, não revelou, no entanto, se irá concorrer como cabeça de lista nas eleições legislativas que se realizam em 25 de setembro, a par das autárquicas e regional da ilha do Príncipe.

“Não sei se vou ser cabeça de lista porque não gosto de mandar nas coisas que não têm dono, porque é um movimento amplo. É terra de ninguém, ninguém pode impor, mas sim o coletivo analisará e saberá quem deverá liderar o grupo e assumir essa responsabilidade”, referiu.

Para Delfim Neves, o país tem vindo a assistir a uma tendência de bicefalismo partidário, entre os partidos da ‘nova maioria’ (MLSTP/PSD e a coligação PCD-MDFM-UDD) e a Ação Democrática Independente (ADI, do ex-primeiro-ministro Patrice Trovoada, atualmente na oposição), mas com fracos resultados.

 “Grande parte das pessoas diz que já não acredita muito em nenhum dos partidos que existem em São Tomé e Príncipe. É uma deceção total. Todos falharam e ninguém pode vir aqui vangloriar-se que fez mais ou que fez menos”, sublinhou Delfim Neves.

O Presidente da Assembleia Nacional referiu que “se anteriormente o argumento de não fazer era a instabilidade política”, para ele agora “isto está completamente ultrapassado”, pois entende que nem o ADI, nem o MLSTP/PSD, “tem mais este argumento”.

Segundo Delfim Neves, “é exatamente essa terceira via que se precisa para, primeiro, impedir essa bipolarização tendencial que se está a forjar e, segundo, porque esta terceira via será sim uma alternativa para se testar efetivamente se os quatro anos são pouco ou se a incompetência é que tem sido a maior causa do subdesenvolvimento de São Tomé e Príncipe”.

Questionado sobre que partidos poderão integrar este movimento, o presidente do parlamento salientou que atualmente várias formações políticas são-tomenses estão a realizar os seus congressos para se posicionarem para o próximo ciclo eleitoral.

“Depois de concluído o processo dos congressos todos, vamos saber exatamente quais são os partidos que querem integrar este movimento, quais são as pessoas da sociedade civil que queiram participar. E, aí sim, vamos tomar uma decisão”, afirmou.

A hipótese de uma coligação pré-eleitoral com o MLSTP está excluída.

“Garanto que com o MLSTP não vamos juntos. O MLSTP é um partido com a sua implantação, um partido que sempre concorreu a eleições de forma separada e dificilmente faz coligações pré-eleitorais e não somos nós que vamos propor isso, quando sabemos de antemão que dificilmente o MLSTP irá aceitar”, explicou, admitindo, no entanto, a possibilidade de renovação da ‘nova maioria’, mas através de acordos pós-eleitorais.

“Este movimento será concorrente de todos, de todos os outros partidos e todas as outras forças. Vamos discutir, vamos apresentar todos os programas, vamos dizer ao povo o que queremos e o que podemos fazer. (…) O povo deve fazer essa escolha porque o povo já fez as outras duas escolhas e sabe qual foi o resultado”, salientou.

Fonte: Agência Lusa

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