Para sustentar seus filhos Luísa Agusta dedicava-se à venda de Izaquente e folha de mandioca pisada (quisacá), até ao nascimento do seu último filho, por cesariana, momento a partir do qual ficou limitada de continuar com as mesmas atividades.
“Eu escolhia Izaquente, vendia quisacá, quando operei [no parto] desse menino [agora com nove meses]. Já não posso fazer esforços e não tenho como fazer negócios”, explica Luíza.
Estando desemprega, sem apoio para alimentar os filhos, Luíza Augusta diz que se dedica à uma pequena criação de galinhas e plantio de matabaleiras para o consumo familiar.
Sem acesso a água potável, a família faz uso de água da nascente, conhecida como ‘água flêbê’, para beber, cozinhar, e para outras atividades domésticas.
“Essa água é azeda, mas bebemos mesmo assim”, precisou.
Os seus nove filhos (5 rapazes e 4 meninas) nasceram quatro de uma relação, quatro de outra, e o último filho de 9 meses é fruto de uma terceira relação, mas nenhum dos pais dão assistência aos filhos, dos quais o mais velho tem 24 anos.
Apenas uma das filhas atualmente de 19 anos concluiu o 12º ano, sendo que todos os filhos mais velhos desistiram entre o 6º e 8º ano, e dedicam-se atualmente a pequenas atividades através das quais arrecadam pequenos apoios para a família, nomeadamente para compra de materiais escolares para os irmãos mais novos que ainda estudam.
Luíza Augusta lamentou a falta de apoio do Estado dada a sua difícil situação de vida.
“Quem mais precisa não apoiam. Quem não precisa é que estão a apoiar”, desabafou, realçando que desde o ano passado que foi suspensa como beneficiária do Programa Família da proteção social, devido a uma situação de duplicação de cartões com o seu nome, que até ao momento não foi resolvida.
No entanto, conta que aproveitou o apoio recebido durante dois meses do programa família para avançar a construção de uma casa que está ainda por acabar, por falta de meios financeiros.
Além das dificuldades económicas e financeiras, os problemas de saúde também afligem a família, segundo Luíza Augusta que disse ter uma filha “que tem tosse a bastante tempo” e ela própria que sofre de problemas intestinais, que a levam a ficar mais de cinco dias sem defecar e quando consegue tem dificuldades e dores.
Por: Dionísia Costa