O primeiro-ministro e a representante residente do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) inauguraram hoje a primeira fase da instalação da primeira central fotovoltaica do país para a produção de 540 kilowatt de energia, que permitirá reduzir em 10% o custo com combustíveis.
Jorge Bom Jesus considerou que a inauguração da central “é um virar de página incalculável” e “um sonho” que se está a “transformar em realidade”.
“Estamos a falar de um projeto que cria emprego, proporciona economia, promove essa energia limpa, é muito mais fácil em termos de manutenção, portanto, tudo isso é que nos permite começar a dar passos pequenos mais significativos”, afirmou o primeiro-ministro.
A instalação desta central, situada no recinto da central diesel de Santo Amaro, enquadra-se num projeto orçado em cerca de 690.000 dólares, financiados pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e o Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF, na sigla inglesa).
“Pensar sobre a energia sustentável nestas ilhas tão bonitas e tão limpas é prioridade e nós, como PNUD e Nações Unidas, vamos fazer uma grande advocacia para o Governo implementar com urgência projetos de energia renovável”, sublinhou a representante residente do PNUD, Katarzyna Wawiernia.
A segunda fase do projeto é financiado pelo Banco Africano de Desenvolvimento, para a instalação de painéis solares, na zona sul da central de Santo Amaro, com capacidade estimada de 1,7 megawatt pico (MWp), aumentando a capacidade da central para a produção de mais de dois megawatts.
“Nós acabamos de quebrar um paradigma, acabamos de demonstrar que é possível nós construirmos o futuro com base nas energias renováveis com a diminuição do consumo dos combustíveis”, sublinhou o ministro das Infraestruturas e Recursos Naturais, Osvaldo Abreu.
Segundo o governante, com a entrada em funcionamento dessa central fotovoltaica na sua fase final, o país passará a “diminuir 20% do consumo de combustível” e aumentará para 20% a produção de energia renovável.
“Aproveitamos para lançar um aviso para aqueles que connosco assinaram um contrato para [a produção] de cerca de 50 megas de energia solar, há mais de oito meses e até hoje não se fizeram ao caminho […] ainda não temos evidência real da execução destes contratos, o que significa que nós poderemos a qualquer momento anular o contrato”, advertiu.
O projeto de instalação da central fotovoltaica inclui também a capacitação de uma grande equipa da Empresa de Água e Eletricidade (EMAE) para a manutenção e exploração da central, o fornecimento de peças sobressalentes e cobertura de dois anos de serviços de manutenção.
A ligação destas infraestruturas à rede elétrica nacional está a ser feita pela Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO, na sigla inglesa) com recursos do GEF.
As Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDC) são-tomenses, recentemente atualizadas, espelham o compromisso de redução das emissões de Gases com Efeito de Estufa (GEE) provenientes do setor da energia através dum incremento das energias renováveis até 49MW, principalmente em solar, hidroelétrica e biomassa.