“Quero apelar a todos os atores políticos, a todos os são-tomenses, a toda a sociedade que seja respeitada a vontade do povo, o que o povo escolher deve ser aceite por todos”, afirmou aos jornalistas o chefe de Estado, após ter votado na escola Viana da Mota, onde funciona o Instituto Superior de Educação e Comunicação, na capital, São Tomé.
Vila Nova afirmou que hoje os são-tomenses exercem “um dever cívico”, que é também “um voto de esperança, de confiança”.
“E deve ser feito com responsabilidade porque os próximos quatro anos vão depender da ação de cada um hoje. Vão poder ser escolhidos, mas vamos sobretudo escolher aqueles que vão dirigir os destinos do país nos próximos quatro anos”, disse.
Os eleitores vão eleger os 55 representantes à Assembleia Nacional e “o grupo político que o povo assim decidir, será aquele que irá governar os destinos de São Tomé e Príncipe”.
Por isso, sublinhou, “é preciso ter muita atenção no ato, no gesto, [que as pessoas] não se deixem levar por falácias”.
O Presidente são-tomense saudou os são-tomenses pelos 15 dias de campanha eleitoral: “Correu muito bem, com serenidade, com calma fez-se festa, mas também houve mensagens e é com base nessas mensagens que a decisão deve ser tomada ao votar”.
O chefe de Estado referiu-se ainda ao boicote que hoje impediu a votação na circunscrição do Bairro do Hospital, distrito de Água Grande, onde se localiza a capital.
“Também quero aproveitar aqui para apelar a todos os cidadãos, a todos os eleitores. Há muitas formas de se manifestar. Interromper ou impedir que outros são-tomenses possam votar, não é uma forma de protesto, há outras formas de se protestar”, comentou.
Sobre a afluência às urnas, apelou para que, onde há pouca participação dos eleitores, “as pessoas exerçam o seu direito”.
“A informação que tenho é que há muitas mesas onde a afluência tem sido muito boa. Percorri duas ou três e gostei do que vi, havia filas ordeiras e uma boa participação e onde quer que seja que não haja a boa participação, que as pessoas o façam, até porque as condições atmosféricas também podem ser uma adversidade e não [devem] esperar até à última hora, em que há grandes enchentes e depois não se consegue votar”, referiu.
Carlos Vila Nova chegou ao local de voto poucos minutos depois das 11:00 locais (12:00 em Lisboa), acompanhado da mulher, Fátima Vila Nova, e ambos se dirigiram para a porta da sala número um, onde funciona a única mesa de voto nesta assembleia, ao contrário de eleições anteriores, em que havia duas mesas. Por esse motivo, cerca de três dezenas de pessoas aguardavam, numa fila no exterior da sala, a sua vez de votar.
Enquanto a mulher votava, o Presidente da República manteve-se à porta, conversando com alguns eleitores.
Segundo a Comissão Eleitoral Nacional, a votação está a correr globalmente bem, em todo o país, à exceção do boicote no Bairro do Hospital e ligeiros atrasos na abertura das mesas de voto devido a problemas de transporte dos materiais.
Os cerca de 123 mil eleitores de São Tomé e Príncipe são chamados hoje a votar nas eleições legislativas, autarquias e regional, com os votantes na diáspora a eleger, pela primeira vez, dois deputados pela Europa e África.
As urnas abriram às 07:00 e encerram às 17:00 locais (mais uma hora em Lisboa). Nas duas ilhas que compõem o país, haverá um total de 309 mesas de voto para os 123.301 eleitores.
No total, 11 partidos e movimentos, incluindo uma coligação, concorrem hoje aos 55 lugares da Assembleia Nacional de São Tomé e Príncipe.
Pela primeira vez, 14.692 cidadãos residentes em 10 países da Europa e África elegem um deputado por cada círculo. Os restantes 53 deputados são escolhidos pelos seis distritos da ilha de São Tomé e pela região do Príncipe.
Os eleitores são-tomenses têm igualmente de escolher os próximos presidentes das autarquias e o Governo Regional do Príncipe também vai a votos.
Fonte: LUSA