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Bom Jesus não se demite da presidência do MLSTP e remete a “última palavra” aos militantes

Presidente do MLSTP-PSD

“Neste momento não me vou pronunciar de forma prematura. Tudo isso está a ser analisado. Neste momento tudo vai depender da análise na nossa comissão política, na nossa comissão permanente e naturalmente os militantes terão a última palavra, mas em momento oportuno nos pronunciaremos em relação a tudo isso”, disse hoje Jorge Bom Jesus na primeira declaração enquanto presidente do Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe/Partido Social Democrático (MLSTP/PSD) desde as eleições legislativas, autárquicas e regional de 25 de setembro.

Segundo os resultados oficiais divulgados na segunda-feira pelo Tribunal Constitucional, o MLSTP/PSD obteve 18 mandatos ao parlamento, perdendo cinco deputados em relação à atual legislatura, que termina em novembro.
Nas eleições autárquicas, o partido perdeu todas as cinco câmaras de que detinha a presidência desde 2018, somando-se a isso a derrota do candidato apoiado pelo MLSTP/PSD, Guilherme Posser da Costa, nas eleições presidenciais do ano passado.
“Neste momento nós estamos a digerir precisamente essa derrota, em momento oportuno vamos escalpelizar o que correu bem, o que correu menos bem, vamos tirar ilações, ver o futuro diferente e irmos corrigindo, retificando, arrumando a casa para os próximos combates que serão em várias frentes”, disse Jorge Bom Jesus.

O presidente do MLSTP/PSD e primeiro-ministro cessante considerou que “há sempre margem de crescimento e é precisamente isto que o MLSTP vai fazer com toda a determinação, com toda a coragem e com toda a responsabilidade que tem neste país bipolarizado”.
Jorge bom Jesus garantiu hoje que vai “respeitar os resultados” das legislativas de 25 de setembro e felicitou o partido Ação Democrática Independente (ADI), vencedor com maioria absoluta, prometendo “uma oposição construtiva” em “várias frentes”.
“Felicito o partido vencedor, o ADI, e o seu líder, deixando a promessa de continuar a exercer uma oposição construtiva, para o bem de São Tomé e Príncipe e para o desenvolvimento do país”, sublinhou Bom Jesus.

No entanto, o primeiro-ministro cessante reagiu à mensagem do líder da ADI, Patrice Trovoada que deixou hoje “ao governo cessante e em gestão, uma séria advertência, para que se conforme exclusivamente à prática de actos de gestão corrente, isto é, da estrita necessidade para assegurar a gestão dos negócios públicos, revestidos de inadiabilidade e urgência objetivas”.
O presidente da ADI, que se encontra ausente do país para contactos com autoridades portuguesas e europeias, sublinhou que “todos aqueles que adotem medidas ou atos” para além da gestão corrente ou “introduzam alterações a qualquer regime jurídico ou situação de facto prevalecente”, serão “exemplarmente, nos termos e condições das leis em vigor, das boas práticas e do bom senso, sancionados, individual e coletivamente, bem como civil e criminalmente”.

“Eu não queria começar, digamos, a próxima legislatura já envolvido em polémicas. Não ouvi a declaração. Nós estamos a falar do MLSTP, um partido responsável que tem responsabilidade no arco da governação, um partido com um património de experiência e governação sobejamente conhecido por todos, por isso eu teria muitas dificuldades de receber qualquer lição de moral ou outra, de seja quem for neste momento”, disse Jorge Bom Jesus quando questionado sobre a mensagem divulgada por Patrice Trovoada, primeiro-ministro eleito, horas antes.

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