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Governo admite novos aumentos de preços de combustíveis após subida do Gasóleo e Gasolina

O Governo são-tomense justificou o aumento dos preços do gasóleo e gasolina em 20% e 6% respetivamente, com as perdas acumuladas pelo Estado ao longo de décadas e previu novos aumentos ao longo do ano, disse à RSTP um responsável do Ministério das Finanças.

Desde sábado a gasolina subiu de 35 para 38 dobras (1.41 para 1.53 euros) e o gasóleo de 30 para 36 (1.21 para 1.45 euros), enquanto os preços do petróleo doméstico matem-se em 17 dobras (0,68 euros).

Segundo o diretor do Gabinete de Estudos e Políticas Económicas do Ministério das Finanças são-tomense, Lindley de Jesus, para que o Estado não perdesse dinheiro, a gasolina deveria “estar a vender a cerca de 40 dobras (1.61 euros) e o gasóleo a 39 dobras (1.57)”. Em dezembro, o ministro das Finanças, Genésio da Mata referiu que de acordo com o mecanismo de atualização automática o preço real para o a gasolina seria de 47 dobras (1.90 euros).

Em declarações à RSTP Lindley de Jesus, adiantou que a equipa técnica do Ministério das Finanças deverá propor novos aumentos “com nova revisão de preço” no sentido de “aligeirar a perda” assumida pelo Estado na subvenção da gasolina e do gasóleo, que se situava em 9.700.000 euros no ano passado, passando a custear apenas a subvenção do petróleo doméstico.

“Durante este ano ainda deverão ser atualizados [os preços] porque a ideia que nós temos é que a não atualização dos preços dos produtos petrolíferos gera um encargo muito grande para os cofres do Estado. Só para dizer que no ano passado pelo facto de nós não termos feito a atualização contínua dos preços, a perda foi acima dos 220 milhões de dobras (8,9 milhões de euros). Isto é um encargo que depois entra como dívida acumulada do Estado para a Enco [Empresa Nacional de Combustíveis e Óleos]”, salientou Lindley de Jesus.

“A ideia que temos para este ano é de não acumular mais dívida e repercutir estes aumentos de forma suave à população de forma que nós atingimos o tal preço esperado que é o preço de equilíbrio”, acrescentou.

O responsável sublinhou ainda que depois de alcançar “o preço de equilíbrio” o Governo são-tomense poderá “acompanhar a variação do preço conforme o mercado” internacional, com a atualização regular dos valores de comercialização.

“Há momentos que nós vamos perder, há momentos que vamos ter de ganhar. Se a tendência do mercado manifestar favoravelmente nós estamos a ganhar e também refletir isso com a diminuição do preço do produto no mercado”, explicou.

O responsável justificou o aumento do preço do gasóleo acima dos 10% pelo facto de o produto ter estado a ser comercializado “muito abaixo do preço do custo”, mas alertou que, ainda assim, nenhum dos produtos está a ser vendido ao preço real do mercado internacional.

“Nós não poderíamos alterar o preço logo para recuperar totalmente as perdas que nós temos tido. Isso tem que ser feito de forma suave para que o impacto não seja o impacto de choque na população porque nós sabemos que a alteração do preço tem um impacto significativo no custo de vida e na inflação”

No entanto, com o aumento dos preços dos combustíveis os preços dos táxis também subiram entre 5 a 10 dobras (cerca de 50 cêntimos), sobretudo para as comunidades mais distantes da capital.

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