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Sindicatos suspendem greve geral da saúde e esperam que o Governo cumpra acordo

HOSPITAL

Os cinco sindicatos da saúde são-tomense suspenderam a greve geral no setor prevista para hoje após acordo na terça-feira com o Governo que se comprometeu responder as revendições da classe, disse à RSTP, a porta-voz sindical.

“Nós vamos suspender a greve de acordo com a negociação que tivemos, fomos ponto a ponto e chegamos a um consenso. O Governo assumiu a sua parte com um prazo, então nós estamos esperançosos que vão cumprir”, afirmou Benvinda Vera Cruz.

No final da reunião que terminou para além das 20 horas, a médica e presidente do sindicato dos médicos são-tomenses destacou que “o Governo comprometeu com o abastecimento de medicamentos e outros consumíveis”.

“Há medicamento de primeira linha, medicamentos de urgência que o Governo comprometeu dentro de um mês ter esses medicamentos […] e com prazo de três meses nós teremos medicamentos em mais quantidade para serem distribuídos para as áreas de saúde também”, explicou.

Para suprir a falta de funcionários no setor da saúde, Benvinda Vera Cruz disse que o executivo apresentou propostas para “formação dos profissionais, mas também recorrer aos reformados”, nomeadamente “pessoas que ainda estão em condições de continuar a trabalhar porque realmente os profissionais estão a abandonar” o setor e “estão a viajar”.

A sindicalista disse também que o Governo se comprometeu em trabalhar para iniciar o pagamento a partir de 2024, da reforma equivalente a 100% do salário base aos profissionais de saúde.

“O outro Governo já tinha comprometido e esse também se comprometeu em tentar, ou seja, em resolver esse problema porque realmente a reforma dos profissionais de saúde é uma lástima. Uma pessoa que salva vida, corre risco e depois no fim tem uma miséria de reforma”, explicou Benvinda Vera Cruz, no final das negociações com o ministro da Saúde Trabalho e Assuntos Sociais, Celsio Junqueira.

Há cerca de duas semanas, o Governo são-tomense considerou que a greve geral anunciada pelos sindicatos da saúde tinha “fundamentos políticos” porque se baseia em situações que herdou do executivo anterior e outras que o próprio executivo disse ter informado os sindicatos que tem procurado soluções.

“Do ponto de vista racional, nós não conhecemos nenhum Governo que tem a varinha mágica para recuperar uma degradação do setor em quatro anos e com as situações todas resultantes do Covid que o próprio anterior Governo justificou para não conseguir e nós que herdamos isso no contexto em que nós estamos nós não entendemos o porquê de a greve ser uma solução para esses problemas”, afirmou o ministro da Saúde, Celsio Junqueira.

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