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Universidades Lusófonas debatem Ambiente e Economia Azul em São Tomé

As organizações da Associação das Universidades de Língua Portuguesa (AULP) iniciaram na segunda-feira, 26 de junho, em São Tomé, uma conferência de três dias para análise de questões sobre o ambiente e economia azul e outros problemas que preocupam a comunidade académica.

Trata-se do trigésimo segundo encontro da  AULP representantes de reitorias, académicos, investigadores e parceiros dos Estados membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), nomeadamente, Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste, bem como a universidade de Macau.

“Este debate sobre este prima da educação, eu julgo que é absolutamente incontornável para o mundo e é seguramente a chave para um mundo melhor. O momento que vivemos é indissociável pensarmos que algo falho, o modelo de globalização falhou”, considerou o presidente da AULP, João Calvão da Silva.

O presidente da AULP defendeu que a situação só pode ser revertida “através de uma aposta forte de todo mundo, e do mundo lusófono em particular, na educação” afirmando o papel das instituições do ensino superior pode “fazer funcionar com justiça o elevador social, devolver a esperanças as pessoas para um mundo mais igual”.

“Deterioração ambiental causada pelo desequilibro entre o homem e a natureza preocupam cada vez mais a comunidade académica, ambientalistas, empresários, decisores políticos, dado que estamos numa situação em que poderá existir incapacidade de responder as necessidades básicas dos seres vivos”, sublinhou o reitor da Universidade de São Tomé Tomé e Príncipe (USTP), Peregrino Costa na abertura do evento.

O reitor da USTP considerou que “a economia azul surge como modo de organização da sociedade humana com a capacidade de potenciar o oceano”, sendo um dos “desafios centrais do presente e futuro”.

“Isto significa que a economia azul e juntando a ela a verde, poderão ter um papel preponderante na contribuição para competitividade global de cada país dado que elas agregam muitos setores que poderão criar vantagens competitivas”, disse Peregrino Costa.

O reitor da USTP sublinhou potencialidades do mar de São Tomé, que é 160 vezes maior que o território terrestre do arquipélago, mas que destacou que “enquanto micro Estado insular o país enfrenta problemas diversos próprios das ilhas e dos pequenos países que afetam fortemente a implementação das políticas públicas”.

“São Tomé e Príncipe optou por se envolver num processo de transição para a economia azul de forma a valorizar e potenciar os aspetos naturais relacionados com os serviços ecossistémicos entendidos como suportes de desenvolvimento dos setores das pescas e da agricultura, transportes, comércio, energia, turismo, ecoturismo e concorram assim para o alcance dos objetivos de proteção e conservação da biodiversidade e dos ecossistemas das espécies ameaçadas”, indicou o reitor da USTP.

O presidente do Instituto Politécnico de Lisboa, Elmano da Fonseca Margato sublinhou a importância da interação entre as universidades lusófonas que tem especificidades próprias e que permitem a análises de diferentes temas, tendo referido que a AULP é “um espaço de diálogo de igual para igual” que os países “podem e devem aproveitar” para dar o seu “contributo para o desenvolvimento das suas sociedades”.

“Este é um movimento académico que está entregue aos reitores e aos presidentes dos institutos politécnicos e que não está dependente do poder político e eu acho que isso é uma mais valia que nós devemos destacar. A academia é um espaço de liberdade onde nós aceitamos todas as convicções políticas, religiosas, orientações sexuais e é neste espaço de igualdade que nós nos entendemos com todos os nossos países e parceiros irmãos”, disse Elmano da Fonseca Margato.

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