Pelo menos dez são-tomenses foram distinguidos entre as 100 personalidades mais influentes da lusofonia, na terceira edição da iniciativa promovida pela Bantumen para homenagear e celebrar a multiplicidade, excelência e potência de pessoas negras que partilham o português como língua oficial.
Da lista constam figuras de várias áreas, nomeadamente o ativismo social, política, empreendedorismo, arte e cultura, música, comunicação social e outras.
Os são-tomenses nomeados foram, Abel Bom Jesus, Dalila das Neves, Elísio Nunes, Josimar Afonso, Maise Bragança, Neusa Sousa, Raquel Lima, René Tavares e Solange Salvaterra.
Abel Bom Jesus, agricultor e empresário, já foi comediante e professor de forro, umas das línguas de São Tomé, e atualmente é o Ministro da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas de São Tomé e Príncipe.
“O agricultor, considerado o primeiro de sucesso no país, utiliza as técnicas mais modernas aplicadas à agricultura, para produzir sobretudo abacaxis, sape-sape, manga, papaia, banana pão e produtos hortícolas”, lê-se no site da distinção.
Dalila das Neves nasceu em São Tomé e Príncipe, é licenciada em Relações Internacionais e mestre em Estudos Africanos. É palestrante, ativista dos direitos humanos e presidente da associação Mamã Catxina.
“Dalila segue a trabalhar em prol do desenvolvimento e empoderamento de jovens, mulheres, crianças e idosos de São Tomé e Príncipe, participando de projetos políticos e sociais que contribuem para a paz e segurança no continente africano”, lê-se no site.
Drop Gi faz parte da velha guarda da música santomense. Deu os seus primeiros passos musicais como DJ, entre 1980 e 1990, e desse contato desenvolveu a sua paixão pela música.
“O artista vê a música além do entretenimento. Para si, é sobretudo um canal de transmissão de conhecimento artístico e cultural, por isso, estuda, de forma autodidata, para apresentar-se cada vez mais com mais qualidade”, lê-se.
Elísio Nunes é natural de São Tomé e Príncipe, empreendedor e fundador da EcoBlasa, uma startup sustentável que produz carvão a partir da casca de côco. É licenciado em Agronomia e Ciências Agrárias pelo Instituto Superior Politécnico de São Tomé.
“Nunes acredita que a EcoBlasa responde ao apelo de socorro da população santomense face às dificuldades causadas pelas alterações climáticas. A ambição é fornecer carvão em grandes quantidades a supermercados a um preço mais acessível. Além disso, as cinzas desse carvão podem ser usadas como adubo orgânico, têm um alto poder calorífico e não emitem toxinas”, indica a nomeação.
Josimar Afonso é jornalista, ativista social e membro do Conselho Superior de Imprensa de São Tomé e Príncipe, é licenciado em Direito pela Universidade Lusíada de São Tomé e Príncipe e possui formação em Jornalismo pelo Centro de Formação Profissional de Jornalistas (Cenjor) de Portugal.
“Em termos de ativismo, Josimar Afonso além de defender os direitos da juventude são-tomense, é conhecido por defender ativamente a liberdade de expressão dos media, contra o abuso de poder e a censura. Trabalha para despertar no povo um espírito crítico, visando abolir a desinformação”, lê-se.
Maise Bragança é empresária, estilista e fundadora da marca Autentika. Licenciada em Ciências Económicas, Maise Bragança decidiu investir o seu tempo na sua grande paixão que é a Moda.
“A marca de vestuário tornou-se numa das mais populares a representar as cores de São Tomé e Príncipe, com desfiles bienais e que pautam pela reutilização dos tecidos tradicionais com uma linguagem mais moderna e elegante”, lê-se.
Neusa Sousa é apresentadora de TV, palestrante, organizadora de eventos, produtora de conteúdos e Consultora de Comunicação e Imagem. Tem Licenciatura em Gestão de Turismo pela Escola Superior de Tecnologia de Gestão de Viseu e é mestranda em Estudos das Mulheres na Universidade Nova de Lisboa.
“Empreendedora incansável, Neusa é fundadora e CEO da marca Chá de Beleza Afro, um evento de referência para a comunidade africana em Lisboa, focado no empoderamento das mulheres africanas e negras, bem como na criação de networking. O evento expandiu-se internacionalmente, com sua primeira edição fora de Portugal a realizar-se em São Tomé e Príncipe em 2023, e há planos para levá-lo para a América Latina, especialmente ao Brasil”, lê-se.
Raquel Lima é poeta, performer, curadora, pesquisadora e ativista social, nasceu em Lisboa, tem tripla nacionalidade (Angolana, Portuguesa e Santomense) e vive em trânsito entre o continente e a Diáspora. É Licenciada em Estudos Artísticos pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e é Doutora em Pós-Colonialismos e Cidadania Global no Centro de Estudos Sociais da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra.
“Os seus poemas já foram publicados em diversas línguas e a artista já se apresentou em vários eventos e performances pelo mundo fora, como por exemplo em Portugal, Polónia, Brasil, Itália, França, Reino Unido, Bélgica, Estónia, Espanha, Holanda, Suécia, Suíça e São Tomé e Príncipe”, lê-se.
René Cruz Tavares é um artista plástico de renome, com exposições em algumas das mais importantes galerias de arte do mundo. É formado pela Escola de Belas Artes de Dakar (Senegal), pela École de Beaux Arts de Rennes (França) e participou no projeto do curso de fotografia ARC / Rennes.
“René Tavares destaca-se como um artista distinto, com uma forte componente crítica nas suas obras, que assume uma vertente político-cultural com o objetivo de chamar a atenção para a realidade quotidiana, com referências da memória, identidade e património para um contexto contemporâneo”, lê-se.
Solange Salvaterra Pinto atualmente a residir em Portugal, é empreendedora social e ativista antirracista, feminista e interseccional.
“Solange incentiva as mulheres a desafiarem a discriminação do sistema patriarcal, a perseguirem os seus sonhos sem receio da repressão da sociedade, e assim conquistarem a sua autonomia e emancipação”, lê-se.
A POWERLIST 100 é uma aliança entre a BANTUMEN e diferentes plataformas de comunicação lusófonas para homenagear e celebrar a multiplicidade, excelência e potência de pessoas negras que partilham o português como língua oficial, visando ganhar a continuidade através de diferentes atividades e parcerias anuais, como o que acontece com o coletivo Wiki Editoras Lx, que integra a Wikimedia Portugal.
A curadoria da lista é realizada pelo coletivo de jornalistas e produtores de conteúdo das diferentes plataformas de comunicação parceiras, presentes em Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Portugal.