São Tomé e Príncipe registou um aumento de 19 casos de cancro no ano passado, subindo de 53 casos em 2022 para 72 em 2023, sendo as mulheres as mais afetadas, segundo os dados revelados pelo coordenador do Programa de Luta Contra as Doenças Não Transmissíveis.
De acordo com o médico Aleixo Pires, em 2011 o país registou 6 casos de cancro, tendo aumentado para 32 em 2020.
“O cancro vai aumentando e vai tomando conta do povo de São Tomé e Príncipe, então, temos é que tentar fazer algo para inverter a situação do cancro no país, porque é muito triste, assinalou o médico acrescentando que a doença tem afetado muitas pessoas com a idade entre os 40 a 60 anos.
Aleixo Pires adiantou que há um projeto que está a ser desenvolvido “e que dentro em breve será pronto, a procura de financiamento” de forma a colmatar esta situação que vem ceifando vidas no país.
“Vamos lutar [porque] estamos empenhados, então, sabemos que há déficit, mas pronto, o Ministério da Saúde está sensibilizado [e] vamos contar com o apoio dos nossos parceiros para ver se consigamos ter um espaço onde cuida do cancro e os doentes com cancro de modo a evitar morbilidade e a mortalidade dessas mesmas pessoas e prolongando vida das pessoas que é o nosso objetivo , precisou Aleixo Pires.
No entanto, em declarações à Rádio Nacional, por ocasião do Dia Mundial de Combate ao cancro assinalado a 4 de fevereiro, a diretora clínica do Hospital Dr. Ayres Menezes, Ludmila Castelo David, destacou que o país registou algumas melhorias concernente ao diagnóstico do cancro, mas ressaltou que ainda existem desafios quanto ao tratamento de cancro da doença.
“Agora nós já temos especialistas em diferentes áreas, ainda não cobrimos todas as especialidades, mas já temos algumas especialidades que conseguem dar respostas no que concerne ao diagnostico de cancro de uma forma em geral e também em termos de meios complementares de diagnósticos já temos por exemplo as ecografias, uma ou outra análise que se consegue fazer” explicou Castelo David.
A diretora clínica do Hospital Dr. Ayres Menezes, precisou que a maioria dos doentes são evacuados para Portugal por falta de condições para tratamento da doença, sendo este o maior desafio para este centro hospitalar que não tem “um serviço de anatomia patológica”.
Segundo Ludmila Castelo David, o cancro de próstata nos homens e cancro do colo do útero e da mama nas mulheres, são os mais frequentes no país.
“Para o cancro do colo do útero, aqui em São Tomé já tem uma medida de prevenção que é vacinação contra HPV nas crianças que se fazem de 10 aos 14 anos de idade de forma a prevenir o possível cancro do útero no futuro dessas crianças”, afirmou a diretora clínica do HAM.