O atual primeiro-ministro são-tomense será reeleito presidente da Ação Democrática Independente (ADI) no congresso extraordinário de sábado, com 900 congressistas que vão aprovar a nova moção estratégica do partido.
O presidente da comissão organizadora do quarto congresso da ADI, Elísio Teixeira, disse à RSTP que “este congresso tem como objetivo central renovar a legitimidade dos órgãos” e aprovar a moção de estratégia com “uma nova visão do partido” para São Tomé e Príncipe.
“Vamos apenas legitimar o mandato da direção, porque a direção atual está no pleno exercício do seu mandato, porque o congresso [anterior] foi feito há um ano […] O mandato é pleno e legítimo, mas a direção do partido, principalmente o líder do partido [Patrice Trovoada], entendeu que deveria, após as eleições, ir ao encontro dos militantes, expor a sua perspetiva de gestão do partido e da governação do país e depois para partilhar de uma forma geral com os são-tomenses”, sublinhou Elísio Teixeira.
Patrice Trovoada será o único candidato à sua própria sucessão.
“Claro que nesse momento o partido tem uma liderança que não se contesta, logo as pessoas poderão não se sentir à vontade de concorrer à liderança do partido”, sublinhou o presidente da comissão organizadora do congresso, assegurando que, “apesar daquilo que se possa dizer e pensar, o partido é um partido aberto” e democrata.
“Nas últimas eleições para as assembleias distritais, em três distritos houve mais do que um candidato […], isso demonstra claramente que somos um partido aberto”, acrescentou Elísio Teixeira.
O dirigente da ADI adiantou que no congresso também deverá ser apresentado o novo secretário-geral da ADI, que será eleito no próximo Conselho Nacional do partido, órgão estatutário legitimado para o efeito.
Segundo Teixeira, a nova moção estratégica que será apresentada no congresso visa “demonstrar que é necessário haver uma mudança de mentalidade” para transformar a economia e a sociedade, para ter “uma sociedade diferente com um novo tipo de são-tomense”.
Elísio Teixeira notou que, nos últimos anos, “há uma grande perda de valores, há uma grande disfunção social” e, por isso, o partido entende que é preciso agir “de forma urgente para que a coisa tome outro rumo”.
É neste sentido que a moção estratégica do partido vai “demonstrar que é preciso mudar, é preciso acelerar a mudança para que no mais curto espaço de tempo possível” se possa ter “uma sociedade completamente diferente”.
A Ação Democrática Independente (ADI) é o maior partido de São Tomé e Príncipe, tendo vencido as eleições de 2022 com maioria absoluta, o que permitiu a presença de 30 deputados que apoiam o Governo no parlamento de 55 elementos.