O novo presidente do Partido de Convergência Democrática (PCD), sem assento no parlamento, prometeu hoje uma oposição forte ao Governo são-tomense, que acusou de incompetência e de estar a levar o país para o abismo.
“Os motivos para desenvolvermos uma oposição forte ao Governo não faltam. O nosso país está a caminhar para o abismo com falta de géneros [alimentícios], com falta de infraestruturas e sobretudo com falta de políticas públicas e outras que, pelo menos, nos dêem esperança de que o país a breve prazo poderá encontrar uma solução”, disse João Bonfim, em declarações à imprensa.
O novo líder do PCD foi eleito com 283 votos, derrotando o seu adversário, Nelson Lomba, que obteve 195 votos no congresso extraordinário realizado hoje no Cinema Marcelo da Veiga, na capital são-tomense.
João Bonfim acusou o Governo de “falta de competência na governação” com adoção de medidas que têm feito do país “uma manta de retalhos”.
“O nosso país não é uma manta de retalhos. Um país precisa de um projeto claro, de uma orientação clara para que os cidadãos vejam o seu projeto de vida melhorar continuamente”, defendeu.
Para o líder do PCD, os sinais começaram com a aprovação do Orçamento Geral do Estado (OGE) que “deveria ter sido reprovado na Assembleia” porque não serve o país nem as pessoas.
“Um OGE que faz empobrecer as pessoas, que piora a situação do país, um orçamento que neste momento faz a contenção abrupta da massa salarial é um orçamento que prejudica as pessoas mais pobres”, disse o novo presidente do PCD.
João Bonfim é um dos membros fundadores do PCD, força política que nasceu em São Tomé e Príncipe após a abertura do país ao multipartidarismo, na década de 90, e que chegou a chefiar dois Governos da República.
João Bonfim prometeu “reorganizar o partido na sua base” para que “os militantes do PCD sintam e recuperem o orgulho” em pertencer o partido.
O PCD é atualmente um partido da oposição sem assento no parlamento são-tomense, tendo-se incorporado no Movimento Basta fundado pelo antigo presidente da Assembleia Nacional e dirigente do partido, Delfim Neves, que elegeu dois deputados.