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CPLP quer reforço do ensino da língua portuguesa para uma educação de qualidade

Zacarias da Costa

A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) defendeu hoje o reforço do ensino da língua portuguesa nos Estados membros com investimentos na formação de professores e infraestruturas para promover a educação de qualidade.

O apelo foi lançado em São Tomé pelo secretário executivo da CPLP, Zacarias da Costa, no ato solene alusivo ao Dia Mundial da Língua Portuguesa e da Cultura na CPLP, assinalado no domingo, 05 de maio.

Para alcançar esse objetivo, Zacarias da Costa defendeu que, entre outras ações e iniciativas, “é necessário investir mais na formação de professores, na edificação de infraestruturas adequadas, na produção de materiais didáticos contextualizados e na implementação de políticas educacionais que promovam o ensino eficaz da língua portuguesa”.

O secretário executivo da CPLP referiu que a língua portuguesa “evoluiu de maneira singular em cada Estado-membro da CPLP, refletindo as influências históricas, culturais e regionais distintas de cada localidade”, considerando essa diversidade linguística como “um tesouro que enriquece” a Comunidade, “tornando o português uma língua pluricêntrica, com diversos centros de produção cultural e literária”.

Zacarias da Costa considerou que, no âmbito do Dia Mundial da Língua Portuguesa e da Cultura, é importante refletir sobre os desafios e oportunidades enfrentados na promoção da língua portuguesa, tanto dentro como fora do espaço da CPLP.

“Internamente, os principais desafios incluem a necessidade de fortalecer o ensino da língua portuguesa, garantindo sua qualidade e relevância em todos os níveis educacionais. Além disso, devemos enfrentar o desafio de preservar a diversidade linguística e cultural dentro dos nossos próprios países, promovendo o respeito e a valorização das variantes do português”, apontou.

“Externamente, temos a oportunidade de promover a Língua Portuguesa como uma língua global, aproveitando o seu crescente reconhecimento e influência internacional. Isso inclui o fortalecimento das relações culturais e educacionais com outros países e organizações, bem como o incentivo ao uso do português como língua de trabalho em fóruns internacionais e eventos académicos e culturais”, disse Zacarias da Costa.

Este ano o Dia Mundial da Língua Portuguesa e da Cultura na CPLP foi celebrado sob o tema “Juventude, Igualdade de Género, Digitalização e Desenvolvimento Sustentável – Desafios para o Futuro da CPLP”.

O secretário executivo da CPLP referiu que “os indicadores da língua portuguesa refletem a sua vasta presença global, com mais de 270 milhões de falantes, a sua oficialidade em nove países e o seu reconhecimento em 15 organizações internacionais”, mas defendeu que “é crucial” ter “indicadores oficiais para acompanhar a sua evolução e impacto de maneira contínua”.

Zacarias da Costa lembrou que a Conferência de Chefes de Estado e de Governo da CPLP, realizada em São Tomé no ano passado, “reconheceu a urgência da atualização e disponibilização permanente desses indicadores”.

“Ao tomarmos essa medida, reafirmamos o nosso compromisso com a promoção e proteção da língua portuguesa como um vetor estratégico e identitário fundamental e estruturante partilhado por todos os membros da nossa Comunidade”, sublinhou Zacarias da Costa.

Para Zacarias da Costa, “a língua portuguesa não é apenas um instrumento de comunicação, mas também um ativo económico valioso, que facilita o comércio e os negócios entre os Estados-membros da CPLP e representa um potencial de colaborações e parcerias comerciais em diversos setores”.

“Um exemplo claro disso é o crescimento do mercado editorial de língua portuguesa, com um número crescente de obras literárias traduzidas e vendidas internacionalmente”, vincou.

O ato solene do Dia Mundial da Língua Portuguesa e da Cultura na CPLP foi presidido pela presidente do parlamento são-tomense, Celmira Sacramento, e contou com a presença do primeiro-ministro do arquipélago, Patrice Trovoada, e alguns membros do seu executivo, bem como da ministra da Cultura de Portugal, Dalila Rodrigues, e da Guiné Equatorial, além de vários convidados, entre os quais agentes da cultura são-tomense.

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