O projeto de modernização do aeroporto de São Tomé, concessionado por 49 anos ao FB Group da Turquia, não tem data definida para a sua conclusão, estando as duas últimas fases condicionadas ao fluxo de passageiros, prevendo o início da última fase quando atingir 1 milhão de passageiros por ano, segundo explicações do ministro das Infraestruturas.
Interpelado na terça-feira pela imprensa sobre o prazo de conclusão das obras, divididas em três fases e estimadas em mais de 300 milhões de euros, o ministro das Infraestruturas disse que será em função “da dinâmica” da entrada e circulação de passageiros.
“Isto vai depender do fluxo, conforme formos evoluindo com os passageiros então passar-se-á para outra fase”, sublinhou José Carvalho de Rio.
O governante referiu que o contrato, assinado no sábado, prevê o início das obras da primeira fase dentro de três meses, após o aval do Tribunal de Contas.
Em entrevista à Televisão Santomense (TVS), em abril, José Carvalho de Rio referiu que as obras da primeira fase terão a duração de dois anos e incluem a construção de um novo terminal de passageiros, um novo terminal VIP, novo terminal de cargas e “reabilitação e ampliação das placas de estacionamento de forma a acomodar até 10 aeronaves de vários portes”.
Acrescentou que, nesta fase, se prevê a reabilitação da torre de controlo e tráfego aéreo, novas instalações e veículos para os bombeiros aeroportuários, reabilitação do muro de delimitação do aeroporto, entre outras obras.
Segundo o ministro, a segunda fase, “que será desencadeada quando o número de passageiros for superior a 500 milhões por ano”, consistirá na ampliação do terminal de passageiros para uma capacidade de um milhão por ano e “ampliação da placa de estacionamento para receber mais aviões e ampliação do tribunal de cargas”.
A terceira e última fase, terá a duração de 18 meses e será iniciada quando o aeroporto superar o fluxo de um milhão de passageiros por ano, em que será ampliado para receber até um milhão e quinhentos mil passageiros, e incluirá novamente a ampliação do parque de estacionamento “para acomodar nesta fase 15 aeronaves de diversos tamanhos” e “ampliação da pista para 2.800 metros” face aos cerca de 2.200 da atual pista.
O FB Group, a quem foi entregue a gestão do aeroporto, pertende ao mesmo grupo com o qual o Governo são-tomense assinou um projeto para o setor de energia, que começou a ser implementado antes de ser entregue e aprovado pelo Tribunal de Contas.
O ministro das infraestruturas, que assinou os contratos no setor energético e do aeroporto, disse desconhecer a ligação entre o FB Group e a Tesla STP, que representa o grupo turco no projeto de energia.
“A empresa que realizou as obras da central térmica é a empresa Tesla e esta empresa é a FB Group, não sei se tem alguma ligação”, disse o ministro das Infraestruturas, quando questionado pela imprensa, na terça-feira.
Na página web do FB Group, consultada hoje pela Lusa, lê-se que “o primeiro investimento do FB Group em São Tomé” é a reabilitação da Central Elétrica de São Tomé inaugurada no dia 16 de março, através da empresa Tesla STP.
“A Tesla STP tem uma concessão de 25 anos para fornecer eletricidade à ilha e, em troca, desenvolverá uma capacidade de 55 MW em três fases. A fase 1, agora concluída, consiste em 10 MW de motores diesel, a fase 2 consistirá em 30 MW de motores bicombustível (GNL/Diesel) e a fase 3 consistirá em 15 MW de usina solar”, lê-se.
Na página web refere-se que os “seus investimentos nos setores de aeroportos, hospitalidade, energia e mineração fazem do FB Group um dos principais investidores em infraestrutura da África Subsaariana”, estando presentes em seis países, nomeadamente, Turquia, Gabão, Níger, Serra Leoa e nos lusófonos São Tomé e Príncipe e Guiné-Bissau.
Em 28 de maio do ano passado, o FB Group publicou no seu site que assinou “um contrato de concessão de 40 anos” para o Projeto de Modernização e Ampliação do Aeroporto Internacional Osvaldo Viera, Guiné-Bissau, com capacidade para 1 milhão de passageiros por ano.