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CEMA de Portugal quer que cooperação militar com STP não seja esquecida nem passada para 2º plano

O chefe do Estado-Maior da Armada (CEMA) portuguesa defendeu que a cooperação militar entre Portugal e São Tomé e Príncipe “não pode ser esquecida nem arredada para segundo plano”, um cenário que, segundo o Governo são-tomense, não irá acontecer.

“Fomos os primeiros a conceber a cooperação como um esforço partilhado, num caminhar junto, operando com guarnições mistas e suportando todos encargos logísticos. Não viemos para São Tomé em busca de riquezas ou outras vantagens, mas tão somente para mantermos a união dos nossos povos que tem uma língua comum, uma história comum e uma cultura partilhada”, disse Henrique Gouveia e Melo.

O CEMA portuguesa destacou que a ligação entre Portugal e São Tomé e Príncipe “é construída sobre uma base histórica e cultural robusta, consolidada através de longas e continuadas e estreitas relações diplomáticas, económicas, culturais e militares”, sendo “fundamental para a estabilidade e prosperidade” da região do Golfo da Guiné.

“Portugal e São Tomé e Príncipe têm uma história comum de cooperação e capacitação militar que não pode ser esquecida nem tão pouco arredada para segundo plano. A cooperação mútua entre os dois países é um vínculo único que está em contínua evolução e que importa sempre fortalecer”, referiu Gouveia e Melo, na quinta-feira, na cerimónia de rendição da guarnição do navio português NRP Centauro, que completou dois anos de missão em São Tomé e Príncipe.

“Arrisco avançar que Portugal deve ser e deve continuar a ser um dos principais parceiros deste magnífico país. Fizemos e fazemos este caminho juntos, partilhamos dificuldades e sucessos, tristezas e alegrias, como na amizade entre pessoas e como entre países também deve acontecer”, acrescentou.

A cerimónia de rendição de comando do NRP Centauro é a primeira desde que esta unidade naval portuguesa começou a operar na República Democrática de São Tomé e Príncipe, de forma ininterrupta, desde maio de 2023, substituindo o NRP Zaire após cinco anos de missão.

Gouveia e Melo referiu que o NRP Centauro realizou várias atividades, incluindo “duas ações de busca e salvamento marítimo, apoio logístico às forças armadas de São Tomé e Príncipe, apoio a organizações de cariz social e de voluntariado transportando pessoal e material entre ilhas”.

“Durante a sua estadia, o navio realizou uma intensa atividade operacional [com] 11.394 milhas percorridas, o equivalente a meia volta ao mundo, com uma taxa de disponibilidade de 52%, espelhando a amizade e sentido de compromisso de Portugal para com São Tomé e Príncipe na salvaguarda da segurança marítima e bem-estar das comunidades da região”, sublinhou.

O ministro da Defesa e Administração Interna de São Tomé sublinhou que “o objetivo desta cooperação é garantir a segurança do país”, salvar a vida de pescadores e marinheiros no alto mar, preservar a riqueza marinha do arquipélago e “combater o tráfico de drogas, tráfico de seres humanos e a pirataria”.

“Isso é muito importante para nós e nós temos que agradecer essa cooperação com Portugal. Achamos que vamos tentar desenvolver mais e mais atividades [para] melhorar essa cooperação”, disse Jorge Amado.

Questionado sobre as declarações do chefe do Estado-Maior da Armada portuguesa para não se relegar a cooperação entre os dois países para segundo plano, Jorge Amado deixou a garantia de que isso não acontecerá.

“Portugal sempre esteve no primeiro plano, mas temos cooperação com diversos outros países. Portugal está sempre presente aqui, nunca foi relegado e não será relegado ao segundo plano, portanto, estará no plano que merece estar e é assim que nós trabalhamos”, declarou o ministro.

O NRP Centauro, atualmente operado por uma guarnição mista, constituída por militares portugueses e são-tomenses, prossegue a sua missão de capacitação da Guarda Costeira de São Tomé e Príncipe, reforçada recentemente com a projeção de uma embarcação de alta velocidade, denominada “Príncipe”, que irá operar a partir da Baía de Ana Chaves, em São Tomé.

A embarcação, que integra também militares são-tomenses na sua guarnição, está vocacionada para ações de abordagem e segurança marítima, reforçando, desta forma, a capacidade de atuação das autoridades no mar.

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