A Escola de Surdos e Mudos de São Tomé e Príncipe foi criada há 12 anos, sendo a pioneira na alfabetização de pessoas com deficiências auditivas e de fala no país, promovendo a inclusão destas pessoas face a marginalização ainda existente no sistema educacional público, como no mercado de emprego para pessoas com deficiências.
“Os surdos em São Tomé e Príncipe não tinham acesso à escola, ficavam em casa, por isso que o projeto feito aqui na nossa escola foi no sentindo de organizá-los, fazê-los virem para escola e aprender a falar com seus métodos próprios para melhorar inserção na sociedade são-tomense”, disse o diretor da escola, Avelino Santos.
O responsável falou dos ganhos obtidos durante este período de mais de 10 anos, sustentado que os alunos “já conseguem comunicar com os seus pares” e “com pessoas que conseguem dominar a língua gestual”.
“Isso já é um ganho significativo [mas] infelizmente, o número ainda é reduzido, e nós gostaríamos que nesse momento, passados mais de 10 anos, poderíamos ter já todos os surdos alfabetizados”, declarou.
A contratação de professores e alfabetizadores tem sido uma das principais dificuldades para esta escola, apesar de um subsídio que passou a ser assegurado na base de uma parceria com o Ministério da Educação.
“Muitos que trabalham connosco ganham uma certa experiência, mas depois desistem para arranjar outro meio de vida, por isso é uma das grandes dificuldades que nós temos para além de o próprio transporte para canalizar os outros surdos que também estão em casa e que não podem vir [para a escola]”, referiu.
Actualmente a escola funciona junto a Associação de Surdos e Mudos criada em 2013 pelos país e encarregados de educação de crianças surdas e mudas no arquipélago.
“Uma vez que o diretor teve essa iniciativa de iniciar a escola, então foi neste sentido que os próprios pais e encarregados de educação decidiram criar a associação, como forma de arranjar mecanismo e apoio para ajudar os seus educandos”, sublinhou a presidente da associação, Heloísa Costa.
Como forma de não deixar para trás as crianças com deficiências auditivas, foi criado em 2015, um projeto denominado “Ensino Especial”, já inserido no sistema de ensino público e que está a ser acompanhado pela professora Adaimé Ramos.
O projeto está a ser implementado em algumas escolas do país, com turmas mistas, principalmente em Patrice Lumumba.
Adaimé Ramos, que teve que fez uma especialização em língua gestual no estrangeiro, sublinhou que este projeto tem desenvolvido “pouco a pouco” apesar dos desafios.
“Certamente existem dificuldades, obstáculos, barreiras para nós e mesmo na comunidade surda”,
A escola que está situada em Bombom, distrito de Mé-Zochi, espera obter mais apoios de entidades públicas ou privadas para continuar a formar pessoas com deficiências auditivas e superar os desafios que têm enfrentado.