Rádio Somos Todos Primos

União Europeia elogia STP pelo seguimento de recomendações para melhoria das eleições

União Europeia

Uma missão da União Europeia (UE) fez uma “avaliação positiva” do seguimento pelas autoridades são-tomenses das recomendações para a melhoria do processo eleitoral, defendendo a necessidade de o acelerar e admitindo dar apoio financeiro.

“As nossas recomendações foram tidas em conta e estão a ser seguidas pelo Governo de São Tomé, que inclusivamente nomeou uma comissão ‘had hoc’ para o efeito, que tem trabalho já feito”, sublinhou a chefe da missão de acompanhamento da missão de observação eleitoral da União Europeia às eleições legislativas, autárquicas e regionais realizadas em 2022 em São Tomé e Príncipe.

Maria Manuel Leitão Marques sustentou a “avaliação positiva” apontando que a comissão ‘had hoc’, que disse ser presidida pelo antigo ministro dos Negócios Estrangeiros e ex-presidente da Comissão Eleitoral Nacional (CEN), Alberto Pereira, já tem “uma proposta de elaboração de um código eleitoral, que vai ser apresentada publicamente num ‘whorkshop’ e depois depositada” na Assembleia Nacional.

Durante uma conferência de imprensa em São Tomé, na sexta-feira, a eurodeputada portuguesa considerou que, se todas as alterações que constam da proposta fossem aprovadas antes das vésperas das eleições de 2026, “seria uma meta muito ambiciosa”, mas admitiu que “não é impossível”. 

 Afirmando que não está tudo feito, “nem podia estar tudo feito”, Maria Manuel Marques sublinhou a necessidade de garantir a aplicação das principais recomendações, nomeadamente a alteração do processo do recenseamento eleitoral para a “implementação do sistema técnico que permite fazê-lo de forma automática, extraindo os cadernos eleitorais da base de dados do registo civil”.

“Naturalmente não está pronto. É bom que esteja pronto para as próximas eleições, mas devo dizer-vos que seria difícil em qualquer país do mundo estar pronto, porque são situações que exigem lei, uma lei que não é fácil, uma lei complexa e exigem um sistema de informação que também não é fácil de montar”, declarou.

“Eu própria referi que é importante acelerar o processo e […] tem que ser testado tecnicamente, tem que ser mostrado à comunicação social, aos diferentes deputados, à sociedade civil para que as pessoas confiem”, acrescentou.

Após as eleições de setembro de 2022, a missão deixou 22 recomendações que incluem ainda a implementação da Comissão Eleitoral permanente, o respeito pela lei da paridade, alterações de normas para “eliminar inconsistências e ambiguidades” em várias fases do processo e relativamente à “duração dos mandatos das assembleias distritais e regionais, cuja duração é de três anos, mas na prática tem sido quatro anos.

“Esta parte [sobre a duração das eleições autárquicas e regional] exige uma alteração constitucional, provavelmente que não está na agenda ainda. Há uma sensibilidade para ela, os próprios senhores e senhoras deputados me falaram disso, não sei se vai ser feita a tempo das próximas eleições”, sublinhou.

A chefe da missão da UE frisou a necessidade de assegurar “maior autonomia da comunicação social pública” e alterações relativas ao “financiamento dos partidos políticos que já está na lei”.

“Globalmente considerando, e tendo em conta a nossa experiência até noutras missões de observação por esse mundo fora […], saio daqui com uma opinião positiva sobre o empenho tanto do Governo e do partido do Governo como do principal partido da oposição, que é muito importante, de que as recomendações possam ser seguidas e as alterações legislativas possam ser aprovadas”, referiu a chefe da missão. 

Maria Manuel Leitão Marques assegurou que a UE está a fazer “um esforço grande para poder ajudar do ponto de vista financeiro a resolver alguns dos constrangimentos”, e o adido de cooperação da UE em São Tomé e Príncipe, Davide Morucci, apontou o processo de recenseamento e a consolidação da Comissão Eleitoral permanente.

“São aspetos em que a delegação está a trabalhar no sentido de se encontrar meios e instrumentos que permitam dar o apoio que seja necessário para que pelo menos estes dois aspetos possam ser apoiados ao nível da delegação”, disse Davide Morucci.

Exit mobile version