A velocista Gorete Semedo estar pela primeira vez nos Jogos Olímpicos de Paris 2024, que vai decorrer entre Agosto e Setembro deste ano, o que disse ser a concretização de um sonho para o qual estar “muito motivada” e a “trabalhar muito para conseguir representar São Tomé e Príncipe o melhor possível”.
“Desde que eu tornei uma atleta profissional o meu objetivo é participação nos jogos olímpicos e para o país é sempre lindo ver a nossa bandeira no meio de tantos países, entre os melhores do mundo [e isso traz] mais visibilidade para o país”, disse a atleta são-tomense, durante o podcast da ONU em São Tomé e Príncipe..
“Realmente eu ainda não acreditei que eu vou participar nos Jogos Olímpicos, porque é um sonho de todos os atletas, ainda não me caiu a ficha, mas eu estou muito motivada, estou a treinar muito, porque o nível lá é muito alto, eu tenho que estar bem física e psicologicamente, então eu tenho estado a trabalhar muito para conseguir representar São Tomé e Príncipe o melhor possível”, acrescentou.
Gorete começou a treinar desde 2012, aos 16 anos em São Tomé e Príncipe e mesmo diante das dificuldades que enfrentava, com determinação e muita disciplina, encarou as dificuldades como um grande incentivo e tem conseguido representar o país em diversas competições nacionais e internacionais.
Em 2014, com a sua participação nos jogos da Lusofonia (CPLP) na Índia, passou a ser conhecida internacionalmente levando o bom nome de São Tomé e Príncipe ao mais alto nível.
Em 2019, a atleta emigrou para Portugal, beneficiando de uma bolsa olímpica no Centro Desportivo Nacional de Alto Rendimento de Jamor em Lisboa, mas foi no clube de Fátima onde foi considerada a melhor velocista dos 60, 100, 200 e 400 metros.
O seu interesse pela modalidade surgiu diretamente da cidade da Trindade, quando via a sua irmã Eurídice Semedo, antiga atleta recordista nacional, e atual ministra da Juventude e Desporto de São Tomé e Príncipe a treinar.
“Eu acompanhava ela nos treinos e via toda trajetória dela e comecei a falar para mim mesma que quando crescesse queria ser igual a minha irmã […] representar São Tomé e Príncipe pelo mundo fora”, disse a velocista são-tomense.
Gorete Semedo apontou “as condições de vida e de treino” como os principais desafios enfrentados pelos jovens em São Tomé e Príncipe, relativamente ao desporto.
“Porque tem muitos atletas que me mandam mensagem através das redes sociais, porque querem seguir o mesmo caminho que eu, querem treinar, querem representar São Tomé e Príncipe, mas uns moram longe da cidade capital e para fazer o treino têm que vir para o Estádio Nacional”, disse Gorete Semedo, apontando essas barreiras na modalidade do Atletismo.
A atleta que atualmente veste as corres de Atlético da Póvoa do Varzim de Portugal, já passou pelo Benfica e Fátima. Aos 28 anos estará pela primeira vez nos Jogos Olímpicos de Paris.
Recentemente, a atleta participou na 23ª edição do Campeonato Africano de Atletismo, que decorreu em Douala, representando São Tomé e Príncipe nos 100m, onde atingiu a marca de 11.70 nas eliminatórias.