O poeta são-tomense, Ivanick Lopandza lançou na sexta-feira, 12 de Julho, no espaço A Baya da Bô, o seu recente livro composto por um conjunto de poemas jogados ao vento e com algumas profecias intitulado “Quando eu era um beatnik” que nasce de uma necessidade última de fazer arte.
“A ideia do livro era mais ou menos narrar a minha vida entre 2020 e 2024, sobre vários constrangimentos que é de voltar à ilha depois dos estudos, busca pelo primeiro emprego, de ver o que as outras pessoas passavam”, disse o autor da obra.
Beatnik era um movimento literário na década 1960 chamada “Geração Beat”, ou seja, era um grupo de norte-americanos, principalmente escritores e poetas que vieram a se tornar conhecidos na época, pelo facto de levarem um estilo de vida fora do comum.
“É assim que eu me identificava mais ou menos na universidade, em todo grupo literário, então essa poesia [Ainda sou beatnik?] é mais pesada […] é coloquial e próximo das pessoas e próximo da realidade das pessoas, então esse é o intuito do livro, de realmente estar próximo das pessoas”, sustentou Lopandza.
O autor destacou a importância da comunicação entre o leitor e a sua obra.
“Eu acredito que como toda obra literária a comunicação leve, no sentido de como eu sou na verdade, um pouco irónico, um pouco sarcástico, mas sendo profundo e eu tentei comunicar desse jeito e eu acho que eu tive algum sucesso”, frisou Ivanick Lopandza.
Familiares, amigos e conhecidos estiveram presentes para presenciar este momento único, que se insere no âmbito da X Bienal de Artes e Cultura de STP.
“O Ivanick reflete muitas vezes de forma bastante engraçada sobre a forma como nós são-tomense presenciamos a realidade, nosso dia a dia e faz questões, levanta dúvidas sobre a nossa forma de estar, a nossa forma de agir o que é bastante enriquecedor”, disse Ailton Mandinga, um dos amigos que esteve presente na cerimónia.
“O livro é muito bom […] as poesias são um pouco maduras, não para todos os gostos”, disse José Cassandra, que também esteve presente na cerimónia.
O lançamento do livro “Quando eu era um beatnik” de Ivanick Lopandza, contou com o financiamento da Associação Roça Mundo, no âmbito da X Bienal de Artes e Cultura que decorre no país até o dia 25 do mês em curso.