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Vandalismo ameaça iniciativa de “Amigos da Cidade” para melhorar imagem de São Tomé

Amigos da Cidade

A iniciativa de cidadãos são-tomenses “Amigos da Cidade” está ameaçada pelo vandalismo e destruição, quando há mais de um ano procura recuperar bancos de jardim e passeios públicos e melhorar a imagem da capital do arquipélago. 

A “Amigos da Cidade” tem o apoio financeiro de mais de uma centena de benfeitores no país e na diáspora e permitiu a recuperação de 40 bancos de jardim e dois passeios das duas principais avenidas da cidade de São Tomé, onde se encontram várias instituições do país como a Presidência da República, o Tribunal Constitucional, o Supremo Tribunal de Justiça e o edifício das Nações Unidas.

“O nosso objetivo maior é ver o bem-estar do nosso São Tomé” disse à RSTP a mentora da iniciativa, Maise Bragança, afirmando que criou o grupo “preocupada com a aparência” e o estado de degradação de alguns equipamentos da cidade de São Tomé.

O trabalho apontado por muitos como uma das maiores iniciativas da sociedade civil nos últimos anos em São Tomé e Príncipe mudou a imagem das avenidas da Independência e Nações Unidas, tendo os mentores sido distinguidos com o diploma de mérito pelo Governo são-tomense.

“A iniciativa deste grupo é extraordinária, demonstra o amor, o patriotismo e nacionalismo […], é uma iniciativa que nós, enquanto cidadãos, deveríamos apoiar”, sublinhou o escritor e advogado Pedro Sequeira de Carvalho.

No entanto, alguns bancos já recuperados e pintados têm sido destruídos e os passeios e jardins vandalizados.

Num ponto perto da Presidência da República, funcionários de uma oficina, além de lavarem o carro na berma dos passeios, utilizavam os bancos para colocar os materiais, sujando-os com óleos mecânicos.

Em vários pontos, a RSTP presenciou jovens estudantes, com os uniformes das escolas, com os pés sobre os bancos.

“Isso é muito triste, é penoso, visto que fizemos isso com muito amor e esperávamos que a mentalidade das pessoas fosse diferente, por isso mesmo em alguns bancos nós fizemos pequenas obras de arte para as pessoas verem isso como algo a ser estimado e não para ser destruído”, lamentou Maise Bragança.

“As pessoas não dão valor a isso, colocam os pés, partem, pisam as plantas e jardins que fizemos. Para mim é tudo muito triste, não estimula nada as outras pessoas que se preocupam e querem patrocinar o projeto”, acrescentou a mentora da “Amigos da Cidade”.

Maise Bragança referiu que, até ao momento, o projeto não recebeu apoios financeiros das instituições públicas, nem das principais empresas, sobretudo as que estão instaladas perto das duas avenidas recuperadas e embelezadas.

“Não estamos muito estimulados a continuar com o projeto, com muita pena […], quem sabe com tempo as coisas melhorem, haja mais pessoas com interesse para que se siga com o projeto, as entidades apoiem-nos também a manter a cidade com um bom aspeto”, apontou a responsável.

“Eu não sei se as pessoas andam frustradas […], tudo que se faz, tudo que se tenta fazer é bloqueado é destruído. Isso é uma questão social que tem que se ver, mas é penoso deparar com isso”, acrescentou.

Maise Bragança defendeu mais policiamento dos locais públicos, mais punições e sobretudo a autoridade de Estado, assegurando que “a vontade é enorme de recuperar muitos locais, mesmo locais turísticos, jardins, [e] “fazer muito mais como sociedade civil” sem esperar pelo Governo.

O advogado Pedro Sequeira de Carvalho também defendeu maior sensibilização para que “aqueles que não contribuem, não destruam”, o que tem sido feito pela “Amigos da Cidade”, e que as instituições públicas “deveriam ter um braço de ferro, sancionando as pessoas que efetivamente comprometem estes trabalhos já feitos”.

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