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Sindicatos de professores ameaçam nova greve por falta de garantias do aumento salarial

Dois dos quatro sindicatos que compõem a intersindical dos professores e educadores de São Tomé e Príncipe ameaçam com nova greve no novo ano letivo se o Governo não assegurar o aumento do salário de base da classe docente antes da aprovação do Orçamento do Estado de 2025.

“Se continuarmos nesse empasse, entre o Governo e a intersindical podemos voltar a ter nova greve nos próximos tempos. Por isso que nós estamos a chamar a atenção do Governo para um clima de diálogo para resolvermos essa questão de uma vez para sempre e que isso venha constar no próximo Orçamento Geral do Estado para 2025”, disse à RSTP, o presidente do Sindicato Nacional dos Professores Novos (Sinapron) e membro da intersindical.

O aumento do salário de base dos professores foi uma das principais reivindicações que levaram à greve dos professores que paralisou todas as escolas do país com início em 01 de março e que durou por mais de 30 dias.

Segundo a secretária-geral do Sindicato Nacional do Professores e Educadores de São Tomé e Príncipe (Sinprestep) durante as negociações que levaram ao levantamento da greve em abril o primeiro-ministro assegurou que a questão estaria resolvida até o mês de julho último.

“Nós queríamos e sempre foi a ideia com que ficamos ao longo das nossas negociações no período da greve, e também de todas as conversas e encontro que nós tivemos com o senhor primeiro-ministro”, disse Vera Lombá.

A líder do Sinprestep disse que até ao momento os sindicatos não foram chamados nem recebidos pelo primeiro-ministro porque Patrice Trovoada disse que “está com a agenda apertada”.

Recentemente a ministra da Educação, Isabel Abreu anunciou que a questão da melhoria salarial dos professores será resolvida no âmbito do processo de reajuste da grelha salarial em curso, mas sem precisar a data.

“Toda gente sabe em princípio que o Orçamento do Estado deve ser apresentado em outubro  […] até agora não fomos chamados, até agora não ouvimos falar mais nada”, pontuou a secretária-geral do Sinprestep.

“O país não está bem financeiramente, mas nós sabemos que há pessoas que dentro deste mal, está bem. Então achamos que já que estamos todos mal, vamos repartir o mal por todos, porque senão vai parecer que uns estão muito bem e outros não, mas aqueles que estão mal é que estão a assegurar que outros estejam bem. Não é justo”, vincou Vera Lomba.

O líder do Sinapron apontou ainda que o estatuto de careira docente também “precisa ser revisto” isto porque “tem erros gravíssimos”, nomeadamente na diferenciação entre os professores com formação específica para a docência e os que não têm.

Os sindicatos membros da intersindical lamentaram a falta de inclusão na preparação no novo ano letivo que começou administrativamente no dia 01 de outubro, apontando que continuam os problemas, que “infelizmente não puderam ser resolvidos”, nomeadamente a falta de quadros em condições, cadeiras para alunos, casas de banho, alimentação escolar para os alunos do ensino secundário, bem como os transportes escolares que andam sobrelotados.

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