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Conversa com Sun Priguito sobre a “Puíta” que une Angola a São Tomé

Puíta

O ator cultural são-tomense, Domingos de Almeida, conhecido artisticamente por “Priguito” foi o convidado para mais uma edição (5ª) do programa SUN GLEZA – KWÁ TELÁ, para falar sobre a “Puíta”, um tipo de dança que faz parte da cultura são-tomense e angolana.

A dança foi introduzida em São Tomé e Príncipe pelos serviçais angolanos que na altura vieram trabalhar nas roças. Há quem diga que a “Puíta” que também é conhecida por “Semba” tem a mesma origem da “Massemba” que é uma dança angolana, pela semelhança existente entre elas.

Segundo “Sun Priguito”, a puíta também tem a semelhança da “tafua”, uma dança de origem angolana que se pode ver na localidade de Monte Café, São Tomé, mas além da “cumba” como existe na puíta, na tafua a dança é feita em uma roda.

Hoje a puíta é registada como a dança de São Tomé, então, temos puíta forro, temos puíta angolana, e as duas são de São Tomé”, disse Sun Priguito durante o programa “SUN GLEZA – KWÁ TELÁ”.

Na dança puita, organizados em filas indianas, sem um número definido de pessoas, as mulheres posicionam-se de um lado e os homens de outro, de modo que fique um grupo defronte ao outro.

Após o toque da música, um homem desloca-se da sua fila e vai ao encontro a sua parceira e vice-versa e encontram-se no centro onde decorre a dança, e dão a primeira, segunda e terceira “cumba” e regressam aos seus lugares, a seguir vem o outro par e assim sucessivamente até todos dançarem e se possível repetir a ronda até que a música termine.

Segundo a história, a Puíta ou semba é uma dança que se faz em homenagem aos defuntos. Acredita-se que dançar a Puíta é uma forma de acalmar os espíritos daqueles que durante a sua vida trabalhavam nas roças, os “tongas” (oriundos de Angola e Moçambique), pelo facto de a Puíta fazer parte das suas atividades de lazer durante a sua vida.

A mussumba, o chocalho e outros tambores produzem o batuque da Puíta, numa melodia que no passado atingia o ponto alto com os cânticos de homens e mulheres em crioulos angolanos, o Umbundo e o Kimbundu.

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