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Em Entrevista: Killa Z defende investigação sobre as manifestações culturais de São Tomé e príncipe

Killa Z

O músico, produtor e compositor são-tomense, Killa Z quer realizar estudos científicos sobre as origens dos nomes das zonas e das manifestações culturais de São Tomé e Príncipe com o objetivo de aprofundar o conhecimento sobre a cultura nacional e com a ambição de tornar estes estudos parte do currículo escolar.

Em entrevista à RSTP, o artista que está em São Tomé e atuou no festival alusivo ao “Dia de São Tomé – 21 de dezembro”, precisou que esta seria uma forma eficaz de preservar a rica herança cultural do país e garantir que as futuras gerações compreendam e valorizem as suas tradições, história e identidade.

Há muita gente que não sabe muita coisa sobre a cultura e é uma coisa que acontece de forma super natural, porque não há um despertar intelectual naquilo que é a investigação”, referiu o artista, citando exemplos de falta de conhecimento sobre a origem do nome de muitas localidades do país.

Tem muitos nomes que não sabemos [as origens] e precisam de investigação, agora tudo isso requer engajamento para que as coisas aconteçam e também algum sentido de alguma preocupação, principalmente para a classe juvenil […] eu acho que ainda vamos a tempo para podemos trazer isso com realidade e também a partir daí investigar os estilos e os géneros da música cultural são-tomense […] há muita coisa a ser investigada, escrita e trazida para tornar disso currículo escolar”, acrescentou.

Killa Z que é formado em diversas áreas, sobretudo, “Património Cultural e Material”, Indústrias Culturais e Criativa”, “Direito e Propriedade Intelectual” considerou que estas formações foram oportunidades que surgiram para dar uma outra visão na sua carreira, sobretudo “daquilo que é a música, e, principalmente da cultura em geral”.

Porque nós temos uma perceção muito limitada sobre aquilo que é a nossa cultura são-tomense. Então, estas formações foram me dando ferramentas para poder trabalhar mais naquilo que é a cultura local, aqui em São Tomé e Príncipe, e eu fui fazendo algumas coisas por mim próprio”, sublinhou.

O artista defendeu ainda a passagem de legado da velha geração para a nova geração como forma de preservar a identidade cultural para os próximos anos.

E se não houver uma passagem de geração em geração de forma linguística e de forma escrita, as coisas desaparecem, por isso que ouvimos os mais velhos a dizer que a nossa cultura está a desaparecer, por causa disso, não há essa investigação para trazemos as coisas e colocamos na biblioteca, nos arquivos e nas escolas de forma científica”, afirmou Killa Z.

Um dos defensores do uso do crioulo forro nas letras das músicas, Killa Z é filho de enfermeiros e neto de um músico, e interessou-se desde muito novo pelas músicas antigas, ritmos que vão desde “o Mindelo, Kadecê, Tuna Super Trindadense” entre outros, mas também os chamados conjuntos, os Untués, Sangazuza, África Negra, os Leonenses do qual é completamente fã, principalmente do Pêpê Lima.

Killa Z é um dos membros fundadores do grupo/banda os “Vibrados” de S. Marçal, que em 2013/2014 lançou sucessos musicais como “Nón Môlê”, “Vida de Solê”, “Bô Buia” e entre outros.

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