O primeiro-ministro demissionário, Patrice Trovoada presidiu o último Conselho Ministro, na sexta-feira, para despedir-se dos membros do executivo, tendo descartado, para já, um possível regresso ao cargo no futuro.
“Foi, sobretudo, para mim, a oportunidade de me despedir dos membros do Governo, poder agradecer cada uma das ministras, cada um dos ministros pelo desempenho, por terem aceito o meu convite, por terem acreditado no projeto do ADI. Foi uma reunião, também, marcada por alguma tristeza, não podemos dizer o contrário, alguma emoção”, disse, Trovoada no final da reunião.
O primeiro-ministro demissionário, referiu que “alguns ministros que já estavam-se a sentir muito mais à vontade com os dossiers”, após “dois anos extremamente difíceis” e vários ministros já estavam a sentir que a fase difícil foi ultrapassada e “iam entrar numa fase de implementação e de satisfação e de realização”.
“Muitos deles aprenderam também a trabalhar comigo, eu também aprendi com eles […] alguns tiveram uma entrega, um grande desempenho que ajudou todo o país, por isso não é preciso pensar que se nós conseguimos todas essas vitórias, essa resiliência, não é só o trabalho do Patrice Trovoada, é o trabalho de uma equipa”, sublinhou.
Patrice Trovoada, destacou que a ministra da Justiça, agora primeira-ministra indigitada, com quem trabalhou duas vezes, em dois governos, é “alguém extremamente competente, organizada, conhecedora de várias matérias”, não só da Justiça, da Administração Pública, mas também da Economia.
“Eu penso que, ao desejar-lhe boa sorte, não era só uma fórmula de cortesia ou diplomática, era realmente, porque eu acredito que ela tem que ter muita sorte, muita coragem, para poder, de facto, a partir de agora, e depois de ela constituir o governo, tentar dar seguimento ao nosso programa do partido”, disse Patrice Trovoada.
Patrice Trovoada foi quatro vezes primeiro-ministro de São Tomé e Príncipe, tendo sido demitido em três ocasiões.
O também presidente da ADI, prometeu despedir-se também do staff do gabinete do Governo, mas descartou, para já, um possível regresso à chefia do Governo.
“Provavelmente desta vez não voltarei à essa casa”, disse na hora do adeus.
No sábado, a primeira-ministra indigitada, Ilza Amado Vaz, propôs ao Presidente da República a orgânica do futuro Governo com doze ministros, oito homens e quatro mulheres, segundo carta divulgada pela ADI.
A atual ministra são-tomense da Justiça, Administração Pública e Direitos Humanos, Ilza Amado Vaz, que exerceu a mesma função entre 2014-2018, foi nomeada na quinta-feira primeira-ministra e será a terceira mulher a ocupar este cargo.
O Presidente são-tomense, Carlos Vila Nova, demitiu o 18.º Governo liderado por Patrice Trovoada na segunda-feira, apontando “assinalável incapacidade” de solucionar os “inúmeros desafios” do país e “manifesta deslealdade institucional”, segundo o decreto presidencial que a ADI pediu ao Tribunal Constitucional para anular.