O ex-capitão da seleção nacional de futebol, Derilson das Neves, mais conhecido por “Avô”, considerou que o futebolista luso são-tomense, Gedson Fernandes “seria uma grande valia para a seleção nacional”, mas admitiu que o mesmo precisa fazer uma boa análise antes de aceitar a proposta.
O ex-jogador da seleção nacional falava em entrevista à RSTP quando questionado sobre a sua visão relativamente a proposta em que o país tenta “convencer o Gedson Fernandes a representar a seleção”.
“É uma grande valia sim para a nossa seleção, um grande jogador, mas ele que faça uma boa análise, porque não sou eu que vou dizer para vir [mas] ele que tome a sua decisão, mas se vier para a nossa seleção, eu vou ficar muito feliz, mesmo a decisão que ele tomar eu não vou ficar triste porque eu conheço qual é a situação da nossa seleção”, disse.
O ex-capitão da seleção sublinhou que não há nenhum problema em tentar convencer o jogador do Besiktas a representar a seleção, mas duvida do cumprimento “das palavras” dos dirigentes nacionais.
“Este que é o maior problema, é cumprimento das palavras, porque na seleção não é fácil, porque quando eu deixei de participar na seleção, eu vi coisas que não é normal numa seleção, porque se convencem ele, é uma boa valia, mas tem que fazer e passar uma mensagem que na seleção são todos as mesmas coisas”, assinalou.
Avô sublinhou que enquanto representava a seleção “havia separação dos jogadores”, ou seja, separação entre os que atuam no campeonato doméstico e os que jogam na diáspora, uma atuação, que dificultou muitos atletas no estrangeiro a não representarem os falcões e papagaios.
“Os que jogavam em São Tomé, tinham um outro tratamento [em comparação com] os que jogavam fora de São Tomé. Por isso que os dirigentes têm que ter capacidade de conversar com ele, fazer ele entender, mesmo que ele é o jogador de referência, é tudo a mesma coisa”, vincou.
“O Gedson não é qualquer jogador, é tipo Luís Leal que é uma pessoa muito humilde, ele sentia que havia uma separação, ele quando chegou, ele próprio disse que não é normal aquilo que fazem”, ressaltou.
No início deste ano, o selecionador nacional Ricardo Monsanto, em entrevista concedida ao jornal “A Bola”, revelou que São Tomé e Príncipe está em contacto para tentar convencer o futebolista luso são-tomense do Besiktas, Gedson Fernandes a representar a seleção nacional, apesar de já ter sido internacional por Portugal nos escalões de formação.
O técnico nacional garantiu que tem feito um trabalho enorme de descoberta de jogadores na diáspora que estejam em condições de representar a seleção, sendo Gedson Fernandes, um dos nomes na mira de Monsanto.
“Ele foi internacional por Portugal nos escalões de formação e sonha ser chamado à equipa principal. Mas como nunca se estreou na seleção principal portuguesa, está em condições de jogar por São Tomé e Príncipe. Uma pessoa que conheço bem desde os iniciados do Benfica, hoje também é meu amigo. Eu puxo sempre muito por ele. Seria uma mais-valia para a seleção de São Tomé e Príncipe”, disse Ricardo Monsanto ao jornal “A Bola”.
O selecionador nacional, para já, precisou que o luso são-tomense “é um dossiê em aberto” e afirmou que tem falado com o pai para tentar convencer o jogador a jogar pela seleção são-tomense.
Gedson Fernandes tem 25 anos e nasceu a 9 de janeiro de 1999 em São Tomé e Príncipe. Foi chamado para representar Portugal no sub-21, seleção pela qual nunca jogou. O médio que atualmente joga no Besiktas da Turquia, tem duas internacionalizações por Portugal e participou em nove encontros e marcou um golo na época 2023/24, com o Besiktas a ocupar o sexto lugar no campeonato turco.