O presidente do Governo da Regional, Filipe Nascimento pediu a colaboração do novo executivo central liderado pelo primeiro-ministro Américo Ramos para mitigar os problemas que afetam a população da ilha, sobretudo na eliminação da dupla tributação, construção de infraestruturas e transição energética.
“Nós ao nível das medidas que temos em jeito de proposta é olhar para as intervenções mais estruturantes que estão além das capacidades do Governo Regional, por exemplo, na nossa perspetiva é inadiável conseguirmos uma solução de financiamento para recuperação do edifício ´Paços do Concelho` que está avançado num estado de degradação”, disse Filipe Nascimento a saída do encontro com o primeiro-ministro.
“É inadiável resolvermos uma questão que tem que ver com a eliminação de uma chamada dupla taxa dos produtos que circulam dentro do país, tendo em conta o alto custo de vida. É muito importante conseguirmos desbloquear um processo que já existe um financiamento para as casas dos sinistrados de Ponta do Sol que a zona conjunta da Nigéria através da empresa Total disponibilizou, mas há uma burocracia que requer assim a conjugação de esforços para se ultrapassar”, acrescentou.
Segundo Filipe Nascimento “a situação energética também é uma das prioridades” para a Ilha do Príncipe”, tendo em conta que o Governo regional tem apostado na transição energética na região, onde inaugurou recentemente um sistema de energia solar fotovoltaica que passa a garantir a eletricidade 24 horas por dia para mais de 40 moradores da comunidade piscatória da Praia Lapa.
“O Príncipe hoje tem uma energia a funcionar, mas o processo da transição energética é determinante porque os custos de importação de combustível e os transtornos logísticos que temos enfrentado, precisa-se aqui deste esforço conjugado entre os dois governos, porque há parceiros que têm colocado em cima da mesa a disponibilidade para investimento no setor das energias limpas”, assegurou o líder do Governo Regional, que apontou a questão da dupla tributação como outro desafio a ser superado em breve em colaboração com o Governo central.
“Como se sabe, a ENAPORT é a entidade que cobre essa taxa […] e como tal é preciso que se coloque em prática esta questão que já foi entendida [e] que vem encarecer os custos para os são-tomenses que residem no Príncipe que de per si, pela descontinuidade geográfica já consome a custo superior aos irmãos da Ilha de São Tomé, torna-se necessário e inadiável que esta decisão seja colocada em prática”, assinalou.
Filipe Nascimento afirmou que o seu governo tem trabalhado para resolver algumas situações básicas, através das receitas internas e de algumas parcerias no quadro da cooperação descentralizada.
“Porque Príncipe enquanto parte integral do país, cada ganho ou cada benefício que conseguimos com estas iniciativas próprias das receitas locais ou da cooperação descentralizada é uma contribuição também para o país como um todo”, finalizou Filipe Nascimento.